segunda-feira, 30 de abril de 2018

Gaza: nova trincheira da liberdade


                        

          No  fenômeno Gaza, se o visualizarmos com espírito crítico, está à flor da pele o escândalo que um tal sanhudo, agressivo desrespeito ao direito humano mais entranhado que existir possa tende a provocar no observador das relações entre pessoas, por mais que este indivíduo se esforce em considerar os agentes do poder militar israelense também como seres humanos.
         O escândalo que ora se vivencia na Faixa de Gaza constitui um duplo desafio para o observador que se esforce e se empenhe em tentar compreender o que está sucedendo na faixa de Gaza.
          Há diferenças que investem contra qualquer observador, que tente ver o que está acontecendo em torno da cerca de arame farpado da Faixa de Gaza, símbolo a um tempo de prisão a céu aberto, e de um local em que tudo é permitido aos guardas israelenses dessa fronteira, que mais parece uma chaga aberta, em que quotidianamente se afronta a liberdade, como se os seres humanos enjaulados, em verdade não o sejam, tratando-se de espécie de homens a que a prolongada sujeição a condições inumanas colocasse em suposta situação de inferioridade. 
            O que acontece nessa estreita faixa de terra é, desde logo, um acinte aos direitos humanos: na verdade, pelo seu próprio comportamento, os guardas israelenses e os snipers ajem como se fossem verdadeiras bestas-feras humanas. Ahmed Abu Hussein, de 25 anos de idade, é o segundo jornalista a morrer nos protestos - iniciados no mês passado, no limite da faixa de Gaza com o território israelense.
             Tenha-se presente que Ahmed desempenhava o próprio mister de foto-jornalista com o cuidado de ter veste que o caracterizava como representante da imprensa, além de portar capacete especial.  Apesar de desarmado, Ahmed não estava ali como mero assistente, mas exercia  seu trabalho de repórter. Tal não impediu que um sniper israelense o alvejasse de forma vil e criminosa no estômago, a treze de abril corrente. 
               Transferido para Ramallah, dois dias depois de ferido gravemente, só seria transpor-tado para Ramat Can (Israel) onde sucumbiria  pouco depois.
                Mas não é o único jornalista criminosamente abatido pelos assassinos de aluguel de Israel. Yaser Murtaje é mais um jornalista morto, no correr deste mês. Também para ele de nada serviu para protegê-lo o colete de imprensa, que assinala a sua própria missão de jornalista.
                Outro cotejo revoltante no que concerne a esses protestos da população de Gaza pelas condições em que vive, cercada pelo arame farpado desse campo de concentração em que a repressão israelense transformou a faixa de Gaza. 
                42 palestinos já foram abatidos em Gaza durante os protestos, seja por snipers, seja por soldados uniformizados. Querer melhores condições de vida e não ser cercados pelo arame farpado dos stalags,  foi o crime que cometeram para a soldadesca israelense.  E assinale-se que, em todo esse período, nenhum soldado israelense foi morto ou sequer ferido.
                    Enquanto isso, os snipers assassinos atiram para matar em palestinos desarmados.  
                    Que tanto a soldadesca, quanto os snipers atirem para matar, sem detê-los sequer a sinalização de que os palestinos trabalham em cobertura de imprensa, com os coletes e os capacetes regulamentares.
                    Mas o escândalo continua, através dos assassinos adrede contratados para matar palestinos indefesos que só não querem viver como animais na terra de que levam o nome.



( Fonte: CNN )

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