É sempre bom
começar um alerta desse gênero com afirmação retirada decerto do passado, mas
não assim tão longínquo a ponto de vir a perder a relevância.
A segunda turma do Supremo - aquela
dominada pela trinca Lewandowski-Toffoli e Gilmar Mendes - apelidada a
'boazinha', embora haja outros termos mais a propósito - não é que teve a
ousadia de remeter casos do sítio de Atibaia e do Instituto Lula para a Justiça
de São Paulo, longe, portanto, da competência da Lava-Jato?
Por quê a
Lava-Jato mereceu tanta atenção e constrangeu a tantas instâncias não a
seguirem a velha toada, em que poder e assemelhados eram rotineiramente
livrados do perigo?
Terá sido por causa de algum juizado
mais corajoso e a sombra da opinião de que muitos ousam debochar e até
desconhecer, se não verem por perto a imagem incansável e carrancuda?
Enquanto continuar-se acreditando na
possibilidade de que salvação haja para a turma da verdadeira justiça, a
caminhada continua, e as falsas maiorias, como aquela da Segunda Turma do ST,
se desfarão quando o plenum do STF se
reunir.
Porque não será através de desconhecimento
da realidade, e por estranhas liminares, que a marcha da Justiça será
interrompida. Não é o caso de voltar-se a tempos já ultrapassados, a exemplo de
tantos outros habituados ao aconchego dos gabinetes e ao silêncio conivente dos
longos espaços cortinados e atapetados, que prometiam entre meio-sorrisos e
leves piscadelas salvações mirabolantes?
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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