Com a iniciação formal das negociações
para o estabelecimento do novo governo, o Movimento 5 Estrelas (M5S), o mais votado na eleição geral, através
de seu líder, Luigi di Maio, convidou
para formar aliança o Partido Democrático (PD),
de centro esquerda, liderado pelo ex-premier
Matteo Renzi, e também com a Liga,
de extrema-direita, chefiada por Matteo
Salvini. Por ora, o grande rejeitado é o Forza Italia, de Silvio Berlusconi.
No entanto, os passos iniciais de uma
coligação que viabilizasse maioria em Montecittorio
(Câmara baixa) não se mostraram muito convincentes em termos de governança
efetiva, eis que o PD fechou, por ora, as portas para qualquer aliança com o
M5S, e Salvini, da Liga, se recusou a quebrar o compromisso com os seus aliados
da direita, o que inclui o Força Itália,
de Berlusconi.
Dentro da prática parlamentarista italiana - e a Itália é um dos poucos países do mundo que ainda mantém o parlamentarismo clássico, quase do século XIX - os primeiros movimentos devem ser interpretados como testando o
terreno. Tampouco os vetos em muitos
casos devam ser considerados como rígidos e inapeláveis.
Dado o discurso
eleitoral, a sensação seria que se deva dar um pouco de tempo ao tempo, de modo
a evitar desgastes desnecessários e queimações prematuras.
Afinal de contas, movendo-se em urna
de vidro, alguma coerência tem de ser a princípio mantida. Depois, atenuado o
inevitável desgaste das negociações, se passaria à segunda fase, em que as
posições e as possibilidades de aliança principiem a delinear-se de forma mais concreta.
Para tanto, ao presidente italiano
Sergio Mattarella cabe convencer
àqueles líderes que possam conciliar a vontade de governar com condições efetivas
de quem se disponha a negociar um programa mínimo de governo, viabilizada a necessária sustentação parlamentar.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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