Talvez os dois se mereçam, ao
entredevorar-se pela imprensa. Diante
das repetidas intervenções do então diretor do FBI - a última delas, no que
concerne à candidata Hillary, decerto a
mais danosa e desqualificada - me parece irrelevante apontar os inúmeros
defeitos dessa triste dupla. Eles, de certa forma, se merecem.
O que muitos se hão de perguntar será
por que razão o então diretor do FBI assestou suas baterias de modo tão
comprometedor e mesmo desonesto, ao levar a público, justamente no momento da
chamada votação antecipada no pleito
de 2017, a 'notícia' sobre o conteúdo do computador de Anthony Weiner, o marido
separado da secretária de Hillary, Huma Abedin, que levantou lebres inexistentes,
sobre os "crimes" da crooked
(meliante) Hillary.
Como se sabe, não havia nada por trás
da tal revelação, excluído é certo o pendor pelo vedetismo de Jim Comey. E aí
está a má-sorte de Hillary. Não sei se
seria apenas a vontade de aparecer do então diretor do FBI, que o levou àquela
estranhíssima comunicação ao Congresso.
Na verdade, esta má-fé faria
história, contribuindo para o triunfo de Trump, enquanto se pensava que a
vitória de Hillary Clinton estava assegurada. Por manter um arcaismo como o
colégio eleitoral, uma ideia do século XVIII, que se pretenderia ainda seja
relevante na atualidade, os Estados
Unidos correm o risco de eleger presidentes minoritários, como foi o presidente
George W. Bush, 'eleito' pela Corte Suprema que quebraria Tio Sam com os
bilhões de dólares gastos na guerra do Iraque, e este último atualmente em
funções, v.g. Donald Trump, um dos chefes de Governo menos habilitado e
potencialmente mais ruinoso para os EUA, também ele derrotado no voto popular.
É hoje uma triste, melancólica ironia
que Mr Comey - que pelo seu vedetismo dera
a vitória no photochart para Trump
(que já não necessita de apodos, ainda no início de seu primeiro e, esperemos,
único mandato) - e o atual presidente se engalfinhem na imprensa e na mídia. Na
verdade, ambos se merecem, e quem saíu perdendo foi o Povo americano que vê a
Casa Branca ocupada por quem não está de longe preparado para exercer a
presidência.
É de esperar-se que, assim como James
Buchanan, um dos piores presidentes dos
Estados Unidos, venha Trump ornar a galeria dos primeiro mandatários de um só
mandato[1],
o que seria a 'distinção' apropriada para personalidades como Mr Donald Trump.
(Fonte: The New York Times)
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