Como se sabe, desde a
eleição intermediária seguinte à posse de Barack Obama, por série de fatores -
inclusive a falta de experiência político-administrativa do recém-eleito
presidente democrata - a Casa de Representantes passou a ter um Speaker (presidente) republicano,
cenário que se repetiu até o presente, em função do largo gerrymander (remanejamento ilegal dos distritos eleitorais em
estados com viés republicano, de forma a assegurar o caráter perene da maioria
do GOP na Câmara de Representantes).
Esse escândalo político, se é um segredo de Polichinelo, tem durado bastante, e
talvez com o censo decenal haja esperanças de que maiorias regulares na Câmara
de Representantes deixem de expressar o logro do guerrymander, e reflitam a realidade política, e não aquela
falseada que se reflete na Câmara Baixa desde a metade deste século.
Jornalistas de nomeada, como Elizabeth
Drew (V. Nossas Eleições falsificadas, The New York Review of Books - 21 de
maio de 2015) tem tratado dessa fraude, que se manteve por servir ao Partido
Republicano como instrumento para a sua perenização na chefia da Câmara de
Representantes desde janeiro de 2011 com John
Boehner (2011-2015) e Paul Ryan
(de 2015 até abril de 2018).
Ryan fez saber que não tentará a
reeleição na votação legislativa de meio de mandato, em novembro próximo, e
tenciona aposentar-se da vida parlamentar em janeiro, ao cabo de seu mandato
(os deputados têm mandato de apenas dois anos). Dadas as 'dificuldades' para a
formação de maioria democrata em novembro p.f. na Câmara de Representantes, não
se poderia prognosticar que partido terá maioria na próxima legislatura, embora
a longa permanência do GOP na presidência
da Câmara, e a tendência a que o gerrymander
venha a ser reduzido, senão eliminado, não é ilógica a previsão de que os
democratas possam retomar a cadeira de Speaker,
para o vindouro biênio 2019-2020, o que
seria um passo importante para a restauração da verdade política no Legislativo
americano (o Senado, por ora, tem
maioria do GOP, mas isso pode mudar
dada a crescente baixa na popularidade no errático mandato de Donald Trump).
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