sábado, 21 de abril de 2018

Pondo a eleição de 2016 a limpo


                                                                           

        Em ação judicial que pode tornar-se marco na História americana, o Comitê Nacional Democrata (DNC), entra com queixa-crime, e de 66 páginas, contra o Presidente Donald Trump, seu filho, Donald Trump Jr., seu genro, Jared Kushner, a Federação Russa e o WikiLeaks, de Julian Assange. Processada sobre estrito sigilo, o DNC expõe na Justiça americana, através de Tribunal Federal em New York, a ação da mega-conspiração patrocinada pelo Kremlin e a campanha de Donald Trump para criarem condições com o escopo de levar o candidato republicano, Donald J. Trump a vencer a eleição de 2016 contra a candidata democrata Hillary Clinton.
       Nessa ação - de que haverá por certo ecos na queixa-crime ora tratada pelo Procurador Robert Mueller III contra Donald J.Trump - se alega, com larga fundamentação de dados, que o grupo acima citado conspirou para levar o candidato Donald Trump a vencer a campanha presidencial de 2016. Tal ação criminosa realizou-se por meio da invasão de computadores do Partido Democrata, assim como o furto de dezenas de milhares de e-mails e documentos pertinentes.
        Por vez primeira, os serviços secretos americanos procederam a levantamento abrangente da ação ilegal e criminosa  do governo de Vladimir V. Putin, que contou com o apoio do FSB (antiga KGB), serviço secreto russo, assim como de seu aliado ideológico Julian Assange, atualmente asilado na chancelaria da Missão do Equador junto à Corte de St. James (governo britânico).
         A par da invasão dos computadores do DNC, e do furto de dezenas de milhares de e-mails e documentos do Departamento Nacional Democrata - nesse particular, através da liberação para o espaço cibernético pelo Wiki-Leaks, na sua tentativa criminosa  de criar dificuldades para o principal alvo - que é o Governo americano - desse estranho ator-exilado na acanhada chancelaria da embaixada do Equador  em Londres, enquanto ressonava a Administração Obama, essa disparatada aliança - que apoiava candidato sustentado por forças não tão-ocultas - lograva, malgrado a enorme diferença de meios entre a Superpotência e aquela mixórdia de agentes que batalhavam pelo dito campeão do Kremlin - exercer influência que somente agora se logrará dimensionar em todos os seus desastrosos efeitos para a candidata que, por suas grandes qualidades, colhera a ferrenha e persistente inimizade do principal apoiador estrangeiro do candidato republicano, v.g. gospodin Vladimir V. Putin. 
           Mas muito terá ainda que aprofundar-se nessa primeira eleição em que o poder midiático, através  do Face-book e de todos os estranhos personagens que um país ainda relativamente atrasado com relação aos Estados Unidos - que, de certo modo, dormiam no letargo induzido pelo final da presidência de Barack Obama, e a sua estranhíssima, calamitosa mesmo inação em tudo - ou quase tudo - que referir-se possa em ações na defesa da grande, enorme mesmo auxiliar direta sua, na sua longa direção do Department of State,  vácuo esse que a sólida mediocridade de seus sucessores republicanos não tardaria em desvendar para o grande público estadunidense.
             Há muitas coisas envolvidas neste já affaire-célèbre que somente a investigação minudente do procurador especial Robert Muller poderá desvendar no monumental cochilo da Casa Branca de Barack Obama, nessa portentosa, por enquanto meio-oculta nas vagas dimensões da atoarda que, com o inelutável passar do tempo, tenderá a  crescer e a desenhar-se nas fortes, incômodas, percucientes mesmo, linhas da verdade, que esta oportuna ação junto ao Tribunal Federal de New York tratará de riscar com traços, a um tempo seguros e afirmativos, de redescoberta realidade para que afinal se saiba como foi possível que a grande candidata democrata tenha sido derrotada por incrível  conluio de forças, que acabou por gerar aquele candidato que se tem provado, no crivo impiedoso do dia-a-dia, como um dos piores presidentes dos Estados Unidos da América, alguém que avança para o futuro com os passos presunçosos, embora incertos, de um novo Buchanan.    

( Fontes: O Estado de S. Paulo, The New Yorker, The New York Times ) 

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