Policiamento reduzido
No Rio
Grande do Sul, onde a Polícia militar se chama Brigada Militar, a diminuição de 20,406 para 16,567 homens,
aumentou a sensação da ausência da polícia. Não é por acaso, decerto, que o
Estado tem a segunda pior relação do Brasil em termos de proteção
policial: 683 habitantes por brigadiano!
A bandidagem -
em que o elemento mais jovem - os de
menores - tem crescido muito, em termos de plantões para o crime, sobretudo
nos bairros mais afluentes. De seu lado, a ausência da polícia facilita bastante a ação, ficando os
moradores muito expostos aos seus ataques, que se caracterizam pela rapidez,
ameaça de violência - muitos dos delinquentes atuam drogados - e o respeito
pela vida cai bastante.
Os roubos de
carro são a tônica, e dada a inépcia dos órgãos públicos, as possibilidades de
recuperação das viaturas é mínima.
Já no Rio
de Janeiro, cai cada vez mais o respeito pela vida. E, no entanto, a
sua relação de proteção parece ser a melhor do Brasil (por isso é que não se
pode confiar em estatísticas... 363 habitantes por policial). A PM é a segunda do Brasil, inferior
apenas à de SP : o seu efetivo é 45.865
pessoas contra 77.492 em São Paulo.
A PM, às
voltas com os cofres baixos do Estado,
não tem mais a presença de antanho. Os PMs se vêem no entorno das
praias, mas faltam muita vez nos grandes parques, facilitando a ação dos
assaltantes.
Parece haver
diminuído os ataques à PM. O Rio, no entanto, depois do relativo fracasso da
política da favela-bairro - que teve o seu ápice com a "conquista do Alemão", no tempo da
administração de Sérgio Cabral, a orientação de Mariano Beltrame, com a sua implantação gradual nas favelas,
encetada por uma favela menor, no Morro Santa Marta, em Botafogo, estendeu-se pelo Rio afora, mas esse
prolongamento infelizmente não se traduziu em maior controle da criminalidade.
Com o avanço
do programa, por falta de verbas e pela crescente exposição dos policiais
militares, o que se deparou não foi o
prevalecimento da ordem na favela, mas o lento, a princípio, e a seguir mais
rápido envolvimento pelo tráfico de entorpecentes das estações de UPPs. Essas
estações, ao invés de controlarem a criminalidade, passaram a transformar-se em
presença cada vez mais inserida dentro do ambiente da favela.
A luta
entre a ordem - representada pela PM - e o tráfico, instalado na favela, teve ultimamente, pela crescente fraqueza da
PM e do virtual desaparecimento da esperança que as UPPs lograssem
transformar as favelas em bairros, o que se viu foi um ressurgimento do
tráfico e dos seus ataques aos PMs.
Durante o final da gestão de Mariano Beltrame, se tinha a impressão que
uma vez mais o crime vencia a polícia. A chamada favela-bairro, a marca do
ápice do programa patrocinado por Mariano Beltrame, está em crise séria,
motivada pela ressurgência do tráfico, e das consequências resultantes, de que
não são as menores os efeitos deletérios sobre as áreas da cidade que se
acreditavam pudessem libertar-se do abraço maldito do crime organizado.
Nesse
quadro, com a crise da PM - que é decorrência do depauperamento do Estado,
submetido muita vez a políticas predatórias que o despojam dos meios
indispensáveis e que afugentam os policiais
honestos como o Chefe da PM Mariano Beltrame.
Nesse
contexto desfavorável para a lei e a ordem, não surpreende que o tráfico tenha
adentrado em "política" de liquidação de Policiais militares no Rio
de Janeiro.
O
pioral em termos de proteção do cidadão está no estado do Maranhão.Tem a pior
relação: com um policial para cada 763 habitantes !
( Fonte: O Globo et al.)
Um comentário:
Segurança do cidadão nas cidades. Este tem sido o slogan dos políticos, governantes e da população em geral. Com o nível de concentração de renda que o Brasil alcançou, com o desmantelamento do estado e de tudo que é público, o tráfego de drogas, junto com a própria polícia, comandam o cenário das nossas cidades. Enquanto o quadro das forças sociais não se modificar tenho muitas dúvidas se, apenas aumentando o número de policiais nas ruas, este estado de insegurança urbana poderá ser modificado.
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