No tempo de George W. Bush, o Partido Republicano já
teve procuradores-gerais que envergonharam os Estados Unidos pelo seu quase
transparente apoio à tortura como método de interrogação.
A indicação do Senador Jeff Sessions foi confirmada nesta semana, depois de
acérrima tentativa de parte da Senadora democrata Elizabeth Warren de protestar
da tribuna contra a nomeação de Sessions. Por iniciativa do líder da maioria, Mitch McConnell, a bancada do GOP valeu-se de dessueta regra do
regimento do Senado - que visa a impedir que membro do Senado deponha contra
outro Senador.
A violência dessa regra foi acionada
quando a Senadora Warren, democrata de Massachusetts, leu carta de 1986, de Coretta King que criticou Sessions - na
época Procurador-Geral em Alabama por que usava "o terrível poder de seu
posto para tentar diminuir o livre exercício do voto por cidadãos negros".
Foi o passado currículo racista de
Jeff Sessions que provocara a oposição democrata, com pesadas acusações de líderes negros democratas, como o Deputado
John Lewis (Georgia), e a Senadora Cory Booker (New Jersey).
Os republicanos tentaram apresentar angélico retrato de Sessions, buscando rebater sugestões de que ele não era
confiável na implementação dos direitos civis.
Tampouco concordaram com a sua falta de sensividade em matéria racial, não
obstante as acusações que o perseguem desde os anos oitenta.
Como o Partido Republicano hoje
domina o Senado, não havia dúvida de que o Senador Jeff Sessions, por mais
impróprio que fosse para o posto, seria aprovado pela votação apertada, de 52
contra 47.
Dada a maioria do GOP, Trump tem conseguido
fazer aprovar gente pouco qualificada para o seu Gabinete - como demonstrado na
sua preliminar avaliação pelos comitês.
Quanto a Jeff Sessions, já chamuscado
pelo violento e fascistóide silêncio
imposto a Senadora democrata - que ousara
depor contra Sua Excelência - o que se pode esperar de um tal personagem, em
termos de decoro republicano (e por certo aqui não me refiro ao partido), dados
os seus antecedentes, e a conhecida intimidade com Donald J. Trump ?
( Fonte: The New York
Times )
Nenhum comentário:
Postar um comentário