domingo, 26 de fevereiro de 2017

Há dois anos morria Boris Nemtsov

                            

             Decerto, uma das atividades mais arriscadas na Rússia é a oposição ao Presidente Vladimir Putin.
             Se alguém for cético a respeito, basta ler apanhado dos infelizes que foram abatidos sem outra razão aparente.
             Boris Nemtsov caminhava no centro de Moscou, acompanhado pela namorada ucraniana.  Conversavam sobre o comício marcado para dois dias depois, em que Nemtsov iria ocupar-se, de modo crítico, do problema ucraniano.
             Dentre os opositores de Putin, Nemtsov surgia como o mais categorizado. Havia sido vice-Primeiro Ministro no tempo de Boris Ieltsin.
             Tinha, portanto, estatura política, era  respeitado dentre os círculos opositores a gospodin Putin, e se contava entre os críticos do Presidente. Não é pequeno o número de adversários do atual todo-poderoso Vladimir V. Putin que, por motivos nunca bem esclarecidos, acabam mortos.  Foi o que aconteceu à tardinha, nas vizinhanças do Kremlin , a Boris Nemtsov, então acompanhado pela namorada ucraniana (que nada sofreu). As circunstâncias da ocorrência motivaram suspicácias  quanto à eventual autoria. Tratou-se de o que os moscovitas chamam de "contract killing", i.e.,  um bandido não-identificado atira pelas costas da vítima, e some em seguida, num carro roubado.
                 À lista de vítimas abatidas sem que se logre determinar a autoria, não faltam exemplos:  a jornalista Anna Politovskaya, em 2006, no saguão do modesto edifício em que residia, assim como,  o espião Alexandre Litvinenko, envenado por polônio, em Londres, também em 2006.

                 Putin, segundo afirmou,  lamentara deveras o ocorrido. Nesse sentido, o Presidente  telefonara para a família Nemtsov,  com os rituais votos de pêsames.

                   No que tange a Litvinenko,  este antes de morrer, agonizando no hospital londrino, culpou a Vladimir Putin como mandante do assassínio. Anos mais tarde, ao completar-se o processo que correu contra o Presidente russo, no foro inglês, foi efetivamente confirmada pela Justiça de Sua Majestade Britânica - na sua qualidade de mandante -  a autoria de Vladimir V. Putin, no que tange ao óbito por envenenamento radio-ativo (polônio) do espião (e desafeto do Presidente) Alexandre Litvinenko. 



( Fonte: CNN )

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