domingo, 19 de fevereiro de 2017

Lula pode voltar ?

                             
         Que Lula continue no topo das pesquisas, depois de todas as descobertas da Lava-Jato e de todo o trabalho do Juiz Sérgio Moro constitui o maior atestado do baixíssimo nível ético e cultural de nosso eleitorado.
          Elio Gáspari fala na sua coluna de que "a jararaca está viva e engordou".  Na primeira pesquisa Datafolha - a de dezembro - ele tinha 25% das preferências dos eleitores para o primeiro turno da eleição presi- dencial de 2018.  Havia, no entanto, uma luzinha azul: no segundo turno, ele perdia para Marina Silva.
  
          Agora saíu a pesquisa da CNT/MDA, e Lula cresceu em todas as simulações e ganha com folga de todos os candidatos, em todos os turnos. Salvo Jair Bolsonaro, todos os seus adversários caíram.
             Com 6,5% na resposta espontânea, Bolsonaro tem mais preferências que Aécio Neves, Marina, Temer, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes somados. E  Lula, com 16,6% janta todos, inclusive Bolsonaro.
              Já na pesquisa induzida - o entrevistado deve escolher nome em lista de seis, Lula repete o desempenho. Foi de 24,8% para 30,5%. Todos os demais caíram, excetuado Bolsonaro que passa para  11,3%.

              É forçoso reconhecer com Elio Gáspari que, a despeito da exposição que os cargos respectivos lhes dão, Michel Temer, Aécio Neves e Geraldo Alckmin estão derretendo, todos eles por conta do fator propina.
               Mas não estão sós na queda. Ciro Gomes já parece coisa do passado, e Marina, com o seu plácido absenteísmo, não dá idéia de empenho e determinação.

                Será que Lula pode ser ainda liquidado pela Lava-Jato?  Parece difícil.  Mas o Juiz Moro é respeitado por todo o Brasil (ou quase todo), e é difícil acreditar que vá deixar o arquiteto de toda essa corrupção que quase engoliu o Brasil, permanecer indene.  Pela lei da Ficha Limpa, é mandatória a sentença de segunda instância. Na época, quando a Comissão que redigiu esta lei-fanal no combate à corrupção foi ao Congresso para apresentar o projeto de lei, com as respectivas assinaturas,   Michel Temer que na época estava na Mesa do Congresso, colocou como exigência a condenação em 2ª instância. Ali, na bucha a comissão concordou em exigir a partir da segunda instância (o projeto de lei inicial previa a partir da primeira instância).  Foi a única peripécia do projeto que teve de ser aceita. Fora isso, a outra concessão foi aquela arrancada de Luiz Fux, que fora designado para o Supremo com a condição colocada por dona Dilma de que a Lei da Ficha Limpa fosse postergada para a próxima legislatura. E assim foi feito.
                   No entanto, esta lei popular continua uma realidade, e a condenação de Lula em segunda instância é sempre possível, mas decerto não é fácil.
                    A sua volta ao poder seria um desastre de difícil descrição. Não creio, porém, que Joaquim Barbosa se vá prestar a algum cambalacho como sugerido na coluna de Gaspari.



( Fontes:  O Globo, Folha de S.Paulo )

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