Que a Lava-Jato esteja em perigo, quem há-de
duvidar? À luz do dia, sem mais embuços, reaparecem personagens que, antes
ficavam nas sombras, e hoje, sanhudos, se atrevem a dar declarações que batem
de frente com a opinião do Povo brasileiro.
Um dos maiores
defensores desta Operação do Bem, Ricardo
Noblat, abre a coluna semanal com o título que vinha sendo ou insinuado, ou
exclamado dos telhados da República: Prepara-se
o Fim da Lava-Jato.
O pior não está
na ousadia de afirmá-lo por cima dos telhados, é de por a vaca por sobre os
terraços, junto dessas figuras patibulares de Lobão, o exterminador de Sarney, de Renan Calheiros, o do sorrisinho cínico
e só um tantinho canalha, que a turma de Brasília aguenta há muito, o José do
Sarney (com direito à dupla aparição), com o seu sinistro jaquetão, e o próprio
longo braço que, com o apoio dos tribunais, afastou Jackson Lago, a pedido da filhinha, que desejara de volta o próprio
brinquedo.
Prepare-se nova
Saint-Barthélemy? Esses rompantes e
tais massacres não acontecem por acaso.
Não são as Catarinas que os lançam, mas o silêncio conivente da Corte,
que se põe à sacada, para ver os condenados passarem, sob a rouca batida dos
cavos tambores.
O brasileiro -
e a brasileira - já foi aos públicos largos, saindo das ruas dos Jardins, para reclamar do aumento nas passagens de ônibus e metrô, e,
mais além, para saudar quem os poderosos de turno achavam no ponto de levar um
peteleco, e de repô-lo na ordem antiga, que respeitava a concessão dos habeas-corpus aos poderosos de turno.
Tinha tal gente nostalgia da facilidade com que ministros de tribunal superior
atendiam às marotas piscadelas do homem de jaquetão, que, com recados, desfazia
ingentes operações e pacientes catas de provas contra os patifes da vez.
A Lava-Jato representa novo degrau na
política do Brasil. Traz o Povo e a sua Justiça para o entorno dos palácios e
seus corredores. Não importa agora que, ao olhar para o andar de cima e respectiva
sacada, só se logre visualizar carantonhas de tempos não tão longínquos, do
sabe-com quem-está-falando?, em que, com
despretensioso despacho, logravam livrar-se das piores enrascadas, por eles
próprios criadas, seja por despacho
(que nada tem a ver com aqueles sérios e sentidos, do terreiro das
quartas-feiras), seja até mesmo por deslavados habeas-corpus. Pois, aí está porque detestam a Lava-Jato! Essas
mesuras, esse entorno de corte de privilégios ou já acabou, ou estrebucha.
Em verdade , o Brasil não se deve
prestar aos figurões e às figurinhas (vejam só como procriam os corruptos da
República! E cada vez mais repontam
piores elementos, tão ou mais balofos dos que as carcomidas figuras que os geraram!). O Brasil não é propriedade deles - que não só
crescem, mas se multiplicam por todos os cantos - mas sim do Povo brasileiro, o
zé-povinho, que, por ser o temido oi pollói [1] é detentor de todo o
Poder!
Não mais
podemos admitir que os sorridentes corruptos - aqueles que parecem não só
crescer, mas também multiplicar-se - venham a crer-se, tolos que são, Senhores do Brasil!
A Lava-Jato
não é ilusão alguma, nem porventura sonho de verão. Ela é a aspiração - e por
isso vetor - da gente honesta, dos trabalhadores, do Juiz Sérgio Moro e a
legião de Procuradores e jovens Juízes, que cooperam no sonho veraz de que tal
Operação não é só instante fugidio em nossa história - como anela a malta de
seus detratores - mas a entrada consciente, decidida e resoluta, em uma nova
Avenida, despojada de atalhos, de jeitinhos e das proteções mil, em outra Fase,
por Deus! da História do Brasil, em que corrupção
e corruptos são investigados, enjuizados, e uma vez enxotados dos postos de mando, se pilham consignados não
a enxovias, mas a cadeias dignas, sob as luzes de um grande do Iluminismo, o
Marquês de Beccaria.
A Lava-Jato
ameaça tal gente por privilegiar a Honestidade,
a Sinceridade e o Trabalho, sem as miçangas e balagandãs que sóem desvirtuar
Brasília e vizinhanças.
Não
vamos entoar nênias para os carrascos da república!
Ou será que é justo e correto acaso tolerar corruptos e bandidos, muitos deles
ainda a pavonear-se vestidos com as alvas togas do mando, como se acima
estivessem do Bem e do Mal?
Proscrição para os Chefes e chefetes de bandidos e similares!
E
cadeia para os seus acólitos e sequazes.
( Fontes: Homero, Catarina de Medicis,Marquês de
Beccaria, Passeatas de Junho de 2013, Ricardo
Noblat )
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