Noutro dia, pesquisa - que suponho da Data-folha, comentada pelo jornalista
Elio Gaspari - trazia notícia inquietante. Trocando em miúdos, Lula continua
popular, apesar de todas as acusações de corrupção. Ele vence quase todos os adversários, perdendo na primeira edição para Marina, mas ganhando depois.
Após toda a exposição quanto às acusações no que tange a indícios de roubalheira do PT - e do próprio como alegado chefe do esquema de corrupção -, e da sua pupila Dilma Rousseff, a primeira reação de quem deseja o Brasil livre da corrupção tende a ser
de desânimo.
Mas essa também é uma luta comprida, e
só pode ser vencida através da legalidade e da exposição dos corruptos. Será
sempre a ignorância do eleitor e a consequente desinformação, que é o maior
adjutório para o político corrupto, aquele do quanto pior, melhor.
Agora trata-se de obter o eventual impedimento
de Lula da Silva, enquanto chefe de alegado esquema de corrupção, conforme consta de forma ampla no noticiário da imprensa. Impõe-se apenas
que ele seja condenado em segunda instância, como determina a Lei da Ficha
Limpa.
Não se deve esquecer que a Lei da
Ficha Limpa, por ter-se curvado à exigência do então Deputado Michel Temer, só
é aplicável a quem tem condenação em segunda instância. Consoante ponderou na
época, como dirigente da Mesa, o deputado Temer, não seria justo que a carreira política fosse cortada já em
primeira instância, dada a circunstância de que são sempre possíveis injustiças
contra políticos (na primeira instância). Já a condenação em segunda instância
representaria uma garantia suplementar.
Aliás, de certa forma, a Lei da
Ficha Limpa vem funcionando, e a única exceção - Paulo Salim Maluf - na verdade, se apóia no argumento do então
dirigente da Mesa da Câmara, Michel Elias Temer. Pois, apesar de condenado em
primeira instância, Maluf goza dessa cláusula da segunda instância, que também favorece ao ex-presidente Lula.
Para que se feche a porta de nova
eleição presidencial de Lula da Silva, a condenação na segunda instância é
indispensável dentro dos requisitos estabelecidos pela Lei da Ficha Limpa. Com efeito, dada a sua
popularidade - e as prévias estão aí para informar o Povo brasileiro - e dada a imprevisibilidade da massa eleitora, há de convir-se que não é pequeno o risco incorrido na defesa da Republica se forem criadas condições para que o Senhor Luiz Inácio Lula da Silva tenha mais essa
oportunidade de concorrer ao que os
italianos chamam a sala dos botões,
vale dizer, o gabinete de comando da República.
( Fontes: Folha de S. Paulo,
O Globo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário