segunda-feira, 18 de abril de 2016

Dilma: o Fim do Princípio


                              
       Quando o deputado Breno Araújo (PSDB-PE) deu a estocada final com o voto 342, a alta maioria qualificada exigida para que a Câmara de Deputados aprove autorização para que o Senado Federal desencadeie o processo de impeachment da Presidente Dilma Vana Rousseff, a longa espera para que o processo caminhasse, afinal, para a Câmara Alta se concluía.

       Festejado pelos colegas da Oposição, que vivenciara a longa tramitação desse veredito, o processo ruma agora para o Senado, presidido por Renan Calheiros, que teria idéias peculiares sobre a questão.

       Nada, no entanto, que não possa resolver a pressão da opinião pública, conjugada com as forças que vem das ruas e do sentir da Nação. Como não é prudente brincar com tais atitudes e sentimentos, o bom senso e o juízo não tardarão a assumir seus lugares onde convém.

        Apesar de alguns votos estranhos, a maioria superou largamente essa barreira - que aí está para evitar que o impeachment vire recurso demasiado acessível - e, sob o profundo silêncio de uma antes bulhenta oposição, a Sociedade pôde afinal deparar a que se alcem as cortinas dos mecanismos necessários para que, enfim, o Brasil possa livrar-se do processo de poder do Partido dos Trabalhadores, iniciado por Lula da Silva desde janeiro de 2003, assinalado pelo enorme peso morto dos encargos correntes, que se observa desde então.

         Em reação que já se tornou usual, encerrada em  Palácio que a partir de ontem verá com olhos de quem principia a afastar-se dos símbolos do Poder, Dilma Rousseff se mostrou indignada. Quem o diz é José Eduardo Cardozo, seu paladino (v. blog de ontem) e fiel escudeiro.

          Por motivos de difícil determinação, tal reação de raiva, não raro, reponta na respectiva resposta da Rousseff, com o que costuma reagir, no aconchego do ambiente palaciano em que se refugia, com a rispidez de quem, ressentida, reluta em receber o gélido abraço da realidade ao redor.

          A realidade brinca com rematada crueldade diante das criaturas que ousem dela escarnecer.

          Como o sangramento, não reponta logo a reação do grande entorno àqueles e àquelas que não recebem com a devida humildade a dádiva do poder. Ele costuma bater uma vez só, e se resta parado por muito, tal não representará  mais do que um sinal.

            Ríspido e rápido, porém, ele há de reluzir na volta do caminho. Os seus rastros aparecerão mais tarde, quando a desatenção e a vaidade se transformarão em remembranças das oportunidades perdidas e dos favores ressentidos que se voltam contra quem ouse confrontar o destino e esquecer as condições com que poderia propiciá-lo.

            A História está cheia daqueles e daquelas que se acreditaram maiores do que a Deusa Fortuna. Para que aprendam, ela os condena a viverem o tempo que lhes resta a remoer os próprios erros.

      

( Fontes:  Tevê  Globo; O Globo )

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