segunda-feira, 12 de abril de 2010

Notas não-Diplomáticas

Procuram-se Juízes Infalíveis

A decadência do campeonato carioca decorre de inúmeros fatores. Para ficar nos mais importantes, a compressão do certamen em poucas semanas, grande disparidade nas equipes participantes e, sobretudo, a esmagadora importância do campeonato brasileiro. Na verdade, o campeonato nacional veio substituir os antigos campeonatos locais. A própria motivação dos torcedores não é suscetível de comparação.
Nesse contexto, é mais fácil entender a espantosa mediocridade na atuação dos juízes da federação carioca. Multiplicam-se os erros, a falta de critério na atribuição dos cartões é a regra, e, o que é pior, por causa de suas falhas os árbitros se convertem em fatores determinantes dos resultados das partidas.
Tomemos dois exemplos recentes desta peculiar maneira de decidir sobre quem ganha e quem perde o jogo.
Na semifinal Botafogo x Fluminense, o juiz Péricles Bassols validou um gol de Caio, a despeito do flagrante impedimento de Herrera. Este, postado na frente do goleiro Rafael, deixou passar a bola sem tocá-la. Ao participar claramente do lance, atrapalhou o goleiro, contribuindo diretamente para o gol.
Na semifinal do dia seguinte, Flamengo x Vasco, o juiz João Batista de Arruda não marcou pênalti claro do volante rubro-negro Williams, ao desviar com o braço esquerdo a bola, evitando o cabeceio de Thiago Martinelli. Depois do pênalti anterior que marcara – em favor do Flamengo – e que foi contestado vivamente pela defesa vascaína, Arruda assegurou - mesmo sem o querer - mais outra vitória polêmica do time de Andrade.
Diante do avanço da tecnologia, causa espécie que a Fifa continue a negar qualquer participação dos novos meios de acompanhamento das partidas para evitar erros clamorosos e muita vez determinantes em resultados e até em eliminação de seleções. Veja-se, v.g., a condução da bola com o braço por Thierry Henry – que classificou a França – e eliminou a Irlanda.
Evitar-se-iam outrossim gols feitos com a mão e outras vergonhas para a arbitragem da atualidade. Sem falar nos pênaltis ignorados ou inventados pelos juízes.
A era digital deve servir não só ao público, mas também para garantir a lisura nas partidas. Já é mais do que tempo para introduzir no futebol um modo irrefutável de evitar não só erros vexaminosos, senão coibir resultados fraudulentos de partidas.
Continuar a fingir na intocabilidade do juízo dos árbitros só tende a provocar suspeitas acerca de a quem aproveita manter-se contra a realidade factual a ficção da irrevocabilidade das decisões arbitrais.

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