Por
mais que pelo seu relevo na estrutura governamental estadunidense a figura do
Presidente avulte em importância, a
auto-exoneração do Secretário de Defesa James Mattis - que Trump tentara
escamotear como se devida à aposentadoria - soa um alerta no governo americano,
dado o desequilíbrio - tanto emocional, quanto intelectual do Presidente e o
seu consequente descontrole ao confundir as próprias conveniências pessoais,
com o interesse da Nação americana.
No
princípio imediato dessa questão, está a construção do famigerado
"muro", uma promessa eleitoral que Trump deseja implementar contra
tudo e contra todos. Se vou poupar os meus leitores de mais uma lembrança do
criminoso erro cometido contra Hillary Clinton em não permitir que ela viesse a
tornar-se a primeira Madam President dos Estados Unidos da América, o fanfarrão, demagogo e irresponsável 45º presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
é, por si só, um risco ambulante a não ser minimizado.
Contava-se
até ontem que aí se tinha para garantir o mundo e a paz da manifesta falta de
equilibrio desse presidente, a garantia de um militar cujas posições Sua
Excelência respeitava. No entanto, ele próprio colocara em movimento, de forma
inteiramente desproporcional ao interesse da Nação Americana, o problema da construção do famigerado "muro". O presidente elegeu como meta principal do
próprio governo a elevação de um muro fronteiriço, que nos remete à sua antiga
promessa eleitoral, com vistas a afastar a "ameaça" do imigrante
mexicano para a sociedade americana.
O
próprio egotismo da sua personalidade veio a projetar fora de qualquer contato
com a realidade a elevação de tal muro, que viria a proteger as jovens americanas
desses estupradores em potencial, como rezam as suas demagógicas promessas desde
o já longínquo início de sua campanha presidencial.
Vamos
esquecer por um momento essa proposta, formulada pela colossal ignorância de
Mr. Trump, pois se ele tivesse algum
conhecimento da história internacional saberia que os impérios no passado, a
começar pelo romano, além de só recorrer a tal expediente em fase de decadência,
puderam verificar da ineficácia desse meio de impedir o estrangeiro quem quer
que ele fosse de adentrar o território imperial.
Isso
posto, reza o bom senso que tal monomania - como essa vontade de construí-lo a
qualquer preço - possa vir uma vez fechar o governo dos Estados Unidos, que se
corresponde a um processo aonde muitos tem grande responsabilidade, não se pode
esquecer que tudo parte dessa monomania presidencial, que, ao parecer, desarticula a administração
americana como uma criança mimada que quer porque quer ter o seu muro. Sabe ele
agora que o muro é um processo custoso e de mais do que dúbios resultados.
Esse
fantasma do muro não é motivo para pôr a segurança dos Estados Unidos em risco.
Mas é o que está acontecendo, pelo evidente desequilíbrio emocional do
Presidente americano.
Sabemos
que Sua Excelência já tem muitos outros problemas, para agir dessa forma
irresponsável, transformando manias pessoais em causas de potenciais desequilíbrios
na segurança dos Estados Unidos e do mundo civilizado.
O
general James Mattis acaba de exonerar-se
do Ministério da Defesa estadunidense. A causa: a irresponsável decisão
do Presidente de considerar como realizada a missão do exército americano na
Síria, com as seguintes consequências
imediatas: ressurge para o terrível E.I., o Exército Islâmico, a clara
possibilidade de que o objetivo das
grandes nações de extirpar essa sinistra força do retrocesso, torna-se não só
possível, como provável que, ajudado por Trump como o foi, ele possa voltar a ameaçar confiáveis aliados
americanos como os curdos - que são abandonados à própria sorte. A par disso,
determinar a retirada americana sob o pretexto de uma missão já realizada, não
passa de grosseira mistificação, mas, ainda por cima, ruinosa, porque bem conhecemos o
que representaria como retrocesso para esta determinada região a circunstância
de criar condições para que esse inimigo
da Humanidade não venha a ser militarmente eliminado.
Decisões
irresponsáveis, feitas para mascarar tropeços políticos, só tendem a criar
condições negativas e contrárias aos fundamentos da missão dos militares americanos
na Síria. Decisões iguais a essa só as encontramos em períodos tenebrosos da
história universal, em que impérios decadentes, sob soberanos demenciais,
encenavam falsos triunfos sobre inimigos demasiado reais. O mais triste disso
tudo é que se jogue ao mar o esforço de anos, e, ao fim e ao cabo, temos a
Rússia de Vladimir Putin, com ainda mais poder na Síria, a despeito da intervenção
americana. E, além disso, por um capricho, os Estados Unidos abandonam aliado
confiável e corajoso, como é o povo curdo, que por sua firmeza e confiabilidade
na guerra muitos serviços têm prestado à
Superpotência.
(
Fontes: O Estado de S. Paulo; A Study of History, de A.J. Toynbee )
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