domingo, 30 de dezembro de 2018

Bom negócio ?


                     
           Teve primeira página com destaque no Globo a visita ao Brasil, do premier  Benjamin Netanyahu, convidado à posse de Jair Bolsonaro.
             Os dois tiveram encontro privado, de trinta minutos, no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro. Chamaram-se de "irmãos" e prometeram construir uma aliança iné- dita entre os dois países.  Passaram cerca de uma tarde juntos, na sexta, 28 de dezembro, e  Bolsonaro anunciou ter  aceito convite para visitar Israel, acrescentando que o fará até março "para colocarmos em prática o mais rápido possível essa política de grande parceria com o Estado de Israel.
                De tarde, visitaram juntos a sinagoga de Copacabana. No templo, Netanyahu chamou Bolsonaro de "mito",em hebraico,no que foi secundado pelo coro dos presentes. O presidente-eleito retribuíu dizendo que o premier "é um capitão como ele" e que os dois países formam uma irmandade. Destacou, na oportunidade, a afinidade ideológica entre ambos:
                 "Como os Estados Unidos, entre tantos outros que pensam e têm uma ideologia parecida com a nossa, temos tudo para nos ajudar e fazer o bem para os nossos povos.  Senhor ministro (sic), obrigado pela oportunidade e que Deus nos abençoe."

                  Em resposta, Netanyahu respondeu no mesmo tom, afirmando que  Bolsonaro será recebido como "um grande amigo, um aliado, como um irmão". Netanyahu, que é o primeiro chefe de governo israelense a visitar o Brasil, classificou o encontro como "histórico".

                     Entretanto, não houve menção  pública à transferência de embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, uma promessa que Bolsonaro fez na campanha e reiterou depois de eleito. Contudo, a medida é decerto controversa, eis que resoluções das Nações Unidas determinam que o status da cidade deva ser decidido em negociações com os palestinos. Por isso, essa abrupta decisão do presidente Donald Trump - que transferiu a embaixada estadunidense de Tel Aviv para Jerusalém - enfrenta a oposição dos países árabes, com os quais - e uma menção de suma importância - mantém relações comerciais e diplomáticas importantes.
                        Assinale-se, e que mais de uma vez ora enfrenta investigações de corrupção  e uma crise política, o que levou à antecipação das eleições gerais para abril, além de chegar a cogitar  limitar sua visita ao Rio de Janeiro. Sem embargo, na última quarta- feira anunciou-se  que ele ficará para a posse em Brasília.
                          No poder desde 2009, Netanyahu tendo tido os seus démêlés com a Justiça, ele encabeça a coalizão mais à direita que já governou Israel.  Por isso, o processo de paz com os palestinos  está parado há cerca de quatro anos e a situação na Faixa de Gaza constitui um acinte aos direitos humanos, em que morrem muitos palestinos, nas suas marchas para reivindicar áreas de que Israel se apossara no passado. 
                          Não obstante, e como seria de esperar , Netanyahu conta com o apoio incondicional da Administração de Donald Trump. Além disso, Netanyahu tem procura-  do nos anos recentes aproximar-se  de lideres de quase extrema direita, como a controvertida administração de Viktor Orbán, o húngaro de quase extrema-direita, que também, e não será decerto por acaso, que estará entre os líderes presentes à posse de Jair Bolsonaro.    

( Fonte: O Globo )

Nenhum comentário: