Teve primeira página com destaque no Globo a
visita ao Brasil, do premier Benjamin
Netanyahu, convidado à posse de Jair Bolsonaro.
Os dois tiveram encontro privado, de trinta minutos, no Forte de
Copacabana, no Rio de Janeiro. Chamaram-se de "irmãos" e prometeram
construir uma aliança iné- dita entre os dois países. Passaram cerca de uma tarde juntos, na sexta,
28 de dezembro, e Bolsonaro anunciou
ter aceito convite para visitar Israel,
acrescentando que o fará até março "para colocarmos em prática o mais
rápido possível essa política de grande parceria com o Estado de Israel.
De tarde, visitaram juntos a
sinagoga de Copacabana. No templo, Netanyahu chamou Bolsonaro de
"mito",em hebraico,no que foi secundado pelo coro dos presentes. O
presidente-eleito retribuíu dizendo que o premier "é um capitão como
ele" e que os dois países formam uma irmandade. Destacou, na oportunidade,
a afinidade ideológica entre ambos:
"Como os Estados Unidos, entre tantos outros que pensam e têm uma
ideologia parecida com a nossa, temos tudo para nos ajudar e fazer o bem para
os nossos povos. Senhor ministro (sic), obrigado pela oportunidade e que
Deus nos abençoe."
Em resposta, Netanyahu respondeu no mesmo tom, afirmando que Bolsonaro será recebido como "um grande
amigo, um aliado, como um irmão". Netanyahu, que é o primeiro chefe de
governo israelense a visitar o Brasil, classificou o encontro como
"histórico".
Entretanto, não houve menção
pública à transferência de embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv
para Jerusalém, uma promessa que Bolsonaro fez na campanha e reiterou depois
de eleito. Contudo, a medida é decerto controversa, eis que resoluções das
Nações Unidas determinam que o status da cidade deva ser decidido em negociações
com os palestinos. Por isso, essa abrupta decisão do presidente Donald Trump -
que transferiu a embaixada estadunidense de Tel Aviv para Jerusalém - enfrenta
a oposição dos países árabes, com os quais - e uma menção de suma importância -
mantém relações comerciais e diplomáticas importantes.
Assinale-se, e que mais
de uma vez ora enfrenta investigações de corrupção e uma crise política, o que levou à
antecipação das eleições gerais para abril, além de chegar a cogitar limitar sua visita ao Rio de Janeiro. Sem
embargo, na última quarta- feira anunciou-se que ele ficará para a posse em Brasília.
No poder desde 2009,
Netanyahu tendo tido os seus démêlés com a Justiça, ele encabeça a coalizão
mais à direita que já governou Israel.
Por isso, o processo de paz com os palestinos está parado há cerca de quatro anos e a
situação na Faixa de Gaza constitui um acinte aos direitos humanos, em que
morrem muitos palestinos, nas suas marchas para reivindicar áreas de que Israel
se apossara no passado.
Não obstante, e como
seria de esperar , Netanyahu conta com o apoio incondicional da Administração
de Donald Trump. Além disso, Netanyahu tem procura- do nos anos recentes aproximar-se de lideres de quase extrema direita, como a
controvertida administração de Viktor Orbán, o húngaro de quase
extrema-direita, que também, e não será decerto por acaso, que estará entre os
líderes presentes à posse de Jair Bolsonaro.
(
Fonte: O Globo )
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