sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Governo Sandinista expulsa missões da OEA


                          
        Em nova afronta aos direitos humanos, a ditadura sandinista expulsou duas missões da OEA - Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) - que investigavam  violações de direitos humanos e abusos de poder nos protestos contra o presidente Ortega.
          A alegação da Nicarágua, segundo a OEA, foi que as missões não cumpriam seu escopo precípuo e desrespeitaram a soberania do país em questões internas. A CIDH declarou em comunicado que seu Mecanismo de Monitoramento Especial para a Nicarágua (Meseni) continuará operando a partir de Washington.
            Como se sabe, a Nicarágua atravessa uma de suas piores crises políticas desde que Ortega voltou ao poder, em 2007. Desde abril do corrente ano, milhares foram às ruas para exigir a renúncia de Daniel Ortega. A Oposição acusa o político de tentar consolidar uma dinastia familiar autoritária, com sua mulher, Rosario Murillo, que ele escolheu como Vice-presidente.

             Pelo menos 322 pessoas morreram e mais de quinhentas foram presas ao longo de oito meses de manifestações anti-governo,  segundo fontes dos direitos humanos.
                A coordenadora do Meseni, Ana Maria Tello, disse que o Ministério das Relações Exteriores instruíu os grupos da OEA a deixarem a Nicarágua de imediato.
                 A expulsão das missões foi anunciada um dia antes da apresentação do relatório final sobre os episódios de violência transcorridos entre 18 de abril e 30 de maio - ação suspensa após a decisão. Em outubro, um dos grupos da OEA criticou a incapacidade do Procurador-geral da Nicarágua de encontrar os responsáveis pela morte dos manifestantes.


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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