Em nova afronta aos
direitos humanos, a ditadura sandinista expulsou duas missões da OEA - Comissão
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) - que investigavam violações de direitos humanos e abusos de
poder nos protestos contra o presidente Ortega.
A alegação da Nicarágua, segundo a
OEA, foi que as missões não cumpriam seu escopo precípuo e desrespeitaram a
soberania do país em questões internas. A CIDH declarou em comunicado que seu
Mecanismo de Monitoramento Especial para a Nicarágua (Meseni) continuará operando a partir de Washington.
Como se sabe, a Nicarágua atravessa
uma de suas piores crises políticas desde que Ortega voltou ao poder, em 2007.
Desde abril do corrente ano, milhares foram às ruas para exigir a renúncia de Daniel Ortega. A Oposição acusa o
político de tentar consolidar uma dinastia familiar autoritária, com sua
mulher, Rosario Murillo, que ele escolheu como Vice-presidente.
Pelo menos 322 pessoas morreram e mais de quinhentas
foram presas ao longo de oito meses de manifestações anti-governo, segundo fontes dos direitos humanos.
A coordenadora do Meseni, Ana Maria Tello, disse que o
Ministério das Relações Exteriores instruíu os grupos da OEA a deixarem a
Nicarágua de imediato.
A expulsão das missões foi
anunciada um dia antes da apresentação do relatório final sobre os episódios de
violência transcorridos entre 18 de abril e 30 de maio - ação suspensa após a
decisão. Em outubro, um dos grupos da OEA criticou a incapacidade do
Procurador-geral da Nicarágua de encontrar os responsáveis pela morte dos
manifestantes.
(
Fonte: O Estado de S.
Paulo )
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