Saída
do Acordo de Migrações.
Em alguns temas, os interesses do
país são mais eficientemente tutelados quando há cooperação com outros países.
A cooperação não contradiz a soberania do Pais. A lei brasileira de migração
foi aprovada pelo Congresso Nacional. Longe
de escancarar as portas do Brasil, fixa critérios seguros para receber
imigrantes. A pauta do combate à imigração pode ser dos Estados Unidos, da
França, da Itália, da Hungria. Mas não é pauta brasileira.O futuro presidente
terão toda a latitude para propor mudança da lei e se afastar de um pacto, que
não é obrigatório. Apenas acho que essa comunicação poderia esperar o 1º de
janeiro. Não precisava ser feito quando eu apenas descia da tribuna. Não foi um
gesto cordial.
E a saída do Acordo do Clima ?
As metas do Acordo do Clima, nós
propusemos. Se não conseguirmos atingir, vão invadir o Brasil? Vão replantar a
vegetação do cerrado na marra ? Não. Tem quem ache que o aquecimento global é
uma ficção. Há gente que acredita que a humanidade nasceu de Adão e Eva. É uma
crença. Mas o aquecimento global é cientificamente constatado. O Brasil se
engajou voluntariamente no Acordo, e fico feliz quando o futuro ministro do
Meio Ambiente (Ricardo Salles),
transmitindo posição do Presidente Bolsonaro, diz que o Brasil se manterá no
Acordo.
Qual sua opinião sobre a mudança
da Embaixada do Brasil de Tel-Aviv para Jerusalém?
Isso ( a
mudança da embaixada) acrescenta ao interesse nacional? Acho que não. E (a consequência negativa) não é só a
questão do comércio. É uma condição de respeito do Brasil à lei internacional. É um padrão de comportamento nosso ao qual
temos de nos apegar,porque não somos um país poderoso a ponto de chutar o balde
quando alguma regra internacional não nos beneficia. Temo um azedume
intercomunitário no Brasil. Temos comunidade árabe, judaica que convivem bem.
Não quero briga da José Paulino com a 25
de março ( ruas de São Paulo).
Estamos sendo pressionados a
escolher um lado na guerra comercial entre EUA e China ?
O
professor Kissinger, com quem estive em Nova York, me disse: 'Olha, vocês vão
ser pressionados a tomar partido'. Acho
que seremos instados a tomar partido à medida que a confrontação China-EUA
adquira tonalidades mais dramáticas. Seria um erro.Não creio que o próximo
governo incorra nele.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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