domingo, 23 de dezembro de 2018

Excertos da Entrevista do Min. Aloysio Nunes


               
Saída do Acordo de Migrações.
          Em alguns temas, os interesses do país são mais eficientemente tutelados quando há cooperação com outros países. A cooperação não contradiz a soberania do Pais. A lei brasileira de migração foi aprovada pelo Congresso Nacional. Longe de escancarar as portas do Brasil, fixa critérios seguros para receber imigrantes. A pauta do combate à imigração pode ser dos Estados Unidos, da França, da Itália, da Hungria. Mas não é pauta brasileira.O futuro presidente terão toda a latitude para propor mudança da lei e se afastar de um pacto, que não é obrigatório. Apenas acho que essa comunicação poderia esperar o 1º de janeiro. Não precisava ser feito quando eu apenas descia da tribuna. Não foi um gesto cordial.
E a saída do Acordo do Clima ?  
            As metas do Acordo do Clima, nós propusemos. Se não conseguirmos atingir, vão invadir o Brasil? Vão replantar a vegetação do cerrado na marra ? Não. Tem quem ache que o aquecimento global é uma ficção. Há gente que acredita que a humanidade nasceu de Adão e Eva. É uma crença. Mas o aquecimento global é cientificamente constatado. O Brasil se engajou voluntariamente no Acordo, e fico feliz quando o futuro ministro do Meio Ambiente (Ricardo Salles), transmitindo posição do Presidente Bolsonaro, diz que o Brasil se manterá no Acordo.
Qual sua opinião sobre a mudança da Embaixada do Brasil de Tel-Aviv para Jerusalém?
Isso ( a mudança da embaixada) acrescenta ao interesse nacional? Acho que não. E (a consequência negativa) não é só a questão do comércio. É uma condição de respeito do Brasil à lei internacional.  É um padrão de comportamento nosso ao qual temos de nos apegar,porque não somos um país poderoso a ponto de chutar o balde quando alguma regra internacional não nos beneficia. Temo um azedume intercomunitário no Brasil. Temos comunidade árabe, judaica que convivem bem. Não quero briga  da José Paulino com a 25 de março ( ruas de São Paulo).
Estamos sendo pressionados a escolher um lado na guerra comercial entre EUA e China ?
O professor Kissinger, com quem estive em Nova York, me disse: 'Olha, vocês vão ser pressionados  a tomar partido'. Acho que seremos instados a tomar partido à medida que a confrontação China-EUA adquira tonalidades mais dramáticas. Seria um erro.Não creio que o próximo governo incorra nele.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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