sábado, 22 de dezembro de 2018

Fechamento do Governo


                                      
       Em geral, cerrar o governo é coisa do GOP, quando em oposição a uma Administração democrata. Está aí a presidência Clinton, no fim do século, para não desmentir o quadro, eis que, com maioria na Câmara, os republicanos de Newt Gingrich forçaram o quadro.
          Desta feita, é muito diferente. Já se disse que ao presidente Donald Trump agrada o caos.  E não se esqueçam que desde aquela reunião na Casa Branca, de que participara a futura Madam Speaker Nancy Pelosi, é que Trump ameaça com o fechamento do Governo. Tudo isso para forçar o Congresso a dar a verba para a construção desse muro na fronteira, para separar os infelizes de América Latina (e o México, em particular) do acesso ao paraíso estadunidense.
           Para variar, a crise ronda a Administração, e tal não se limita ao artificial fechamento do Governo. O secretário Mattis, da Defesa, já se terá cansado dos ir-e-vires presidenciais. Errático,  Trump agora determina a retirada da Síria. Há várias questões que ficam por isso em suspenso.
           Não se pode estabelecer por decreto a cessação das atividades desse terrível flagelo que é o Exército Islâmico. Abandonar nesse momento, num rompante, a Síria levanta mais problemas do que os resolve. Depois de todo o sofrimento e as terríveis chacinas provocadas pelo E.I.,  constitui também um verdadeiro abandono do povo curdo - que é bravo, combativo, e que costuma cumprir as missões que lhe são confiadas - que ele não mais disponha do braço estadunidense para protegê-lo de seus inúmeros inimigos - entre eles o turco Recip Erdogan - depois que os curdos cumpriram a sua parte no trato médio oriental.
            Daí o desconforto do muito capaz Secretário da Defesa Mattis com a insta- bilidade presidencial. E como se verifica, pelo seu temperamento instável e por isso que tende a criar situações erráticas,  Trump semelha desejar florescer no caos... Passou o tempo em que dispunha de nulidades na republicana Câmara de Representantes. Agora, o Partido Democrata empolgou uma das casas do Congresso, e o presidente republicano tem a ver com uma maioria do Partido de Roosevelt, capitaneada por Nancy  Pelosi (o golpe da rebeldia deu chabu...). E ainda por cima - sem falar da ação do Procurador Especial Mueller - o presidente cria desnecessários problemas com a Nato e outros organismos, de que o Secretário Mattis gostaria que recebessem mais atenção.  Porque, em meio à confusão, gospodin Vladimir Putin tende a florescer nas águas turvas, enquanto o presidente Trump descura do próprio quintal...

( Fontes: The New York Times, O Globo )

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