Se
a ambição precípua da Rússia - leia-se Putin
- de interferir nas eleições presidenciais daquele ano nos Estados Unidos visou
a vários objetivos, foi sob a condição de favorecer ao protegido e candidato Donald Trump, em detrimento de Hillary Clinton, desafeto antigo do
czar de todas as Rússias. É oportuno desde já assinalar que não se trata de um
amigo. O frio Vladimir Putin têm muito poucos amigos. Cultiva, sobretudo,
interesses,dentro da própria glacial visão de um mundo em que alianças
determinadas costumam substituir-se às amizades, demasiado pessoais, para um
líder que cresceu em Leningrad - a antiga St.Petersburg.
Para conhecer
melhor o atual presidente russo,
a leitura do livro da russo-americana Masha Gessen é importante, porque apresenta os começos
da ascensão de Putin ao poder (quando o recebeu das mãos
do círculo de oligarcas do enfermo Boris
Ieltsin, que, tolos que eram, pensaram
poder instrumentalizá-lo). Ai está descrita a sua atuação em Leningrado, sob o
prefeito Sobchak, em que Putin monta
seu círculo de apoio. E mais tarde o quadro de quem é realmente Putin será
encontrado na minuciosa descrição de seus primeiros períodos presidenciais, não
esquecida decerto a sua passagem como "segundo" do leal escudeiro Dmitri Medvedev, que ascendeu à presidência para dar o tempo
necessário para que Putin diminuísse os
efeitos deletérios de seus primeiros anos de poder presidencial, quando Vladimir pisara em muitos pés de estadistas
estrangeiros. Mas para isso será necessário o livro que já citei diversas vezes
no blog, "Putin's Kleptocracy", da professora universitária Karen Dawisha, bem como "The Man
without a Face", de Masha Gessen.
(
Fonte: livros acima citados )
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