O recente eleito
governador de São Paulo, João Dória
(PSDB) manifestamente pensa na sua progressão futura.
A própria escolha de seu Secretariado
já o indica. Não é uma lista usual para quem acaba de vencer dura luta para a
respectiva eleição.
Como assinala o Estadão,
Dória ampliou e nacionalizou seu arco partidário de alianças ao
selecionar o primeiro escalão do governo de S. Paulo. Não é o secretariado
necessariamente provinciano que ele reuniu como seu primeiro cartão de visitas,
de quem anuncia, além da já conhecida ambição, as suas vistas em termos de
influência no cenário não apenas circunscrito à Paulicéia, mas com indubitáveis
fumaças nacionais.
Dessarte, além de sua base, o PSDB, o futuro secretariado reunirá nomes do PSD, DEM, PP, PRB e MDB. Como se tal
não bastasse, a conhecida ambição do novel governador, além das vinte pastas
anunciadas, e outras duas secretarias-extraordinárias, seis delas serão
ocupadas por ex-ministros do Governo
Temer, entre eles, last but not least,
Henrique
Meirelles, anunciado ontem para dirigir a Fazenda estadual.
Segundo sublinha a matéria do Estadão, as escolhas do novel Governador
sinalizam a indicação de políticos de nomeada de outros Estados, que se não
estariam familiarizados com as demandas paulistas, tem amplas condições de dar
sustentação política ao ex-prefeito em uma vindoura eleição.
Se não teve condições
políticas de suplantar a Alckmin como candidato nacional, não
há doravante nenhum grande obstáculo no PSDB
que o impeça de, fundado em boa administração na sua base paulistana, ambicionar
no futuro o Planalto.
Assinala-se, por conseguinte,
que o plano de disputar o Planalto permanece de pé. E para tanto, as coordenadas se adaptam às
novas exigências. Além de atrair nomes fortes de outros partidos, como Gilberto Kassab (presidente do PSD) e
Meirelles (MDB) e ex-Ministro da Fazenda), o futuro Governador de S. Paulo
segue aliado do entrante governo de Jair
Bolsonaro (PSL).
Além dos nomes acima
indicados, Dória mostra o propósito de tornar nacional o Secretariado paulista.
Alexandre Baldy (PP) assumirá Transportes
Metropolitanos com a função de comandar a expansão das linhas do Metrô. Domina
agora a área da Mobilidade (assumiu o Ministério das Cidades).
Por sua vez, Rossieli Soares, que tem conexões com o
DEM, e atual Ministro da Educação, vai assumir a mesma área em S. Paulo. Trará
também o aporte de Vinicius Lummertz (Turismo)
que vem de Goiás (como Meirelles) e Sérgio Sá Leitão (Cultura), que é do Rio
de Janeiro.
O comportamento do
ambicioso Dória não poderia desenhar um horizonte mais indicativo de suas
ambições futuras. Sem esquecer grandes valores da Paulicéia, traz para a Saúde José Henrique Germann, com a respeitável
bagagem de atuar nos grandes hospitais privados, como o Albert Einstein e o Sírio
Libanês. Três tucanos apenas
para esse gabinete respeitável: Marcos
Vinholi, Célia Leão e Marcos Penido.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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