Dada a aparente loucura do
Ministro Marco Aurélio Mello, o Estado de S. Paulo reserva em seu editorial duras palavras à insana liminar desse ministro do STF, que pretendia subverter a ordem jurídica de modo a tornar
possível a libertação do ex-presidente Lula da Silva, que não faz muito começara servir a pena que fez por merecer. Fá-lo em condições bastante diversas da
esmagadora maioria dos condenados no Brasil, servindo na própria sede da Polícia
Federal em Curitiba, e dispondo de direito de visitas virtualmente ilimitado.
As estrondosas saudações que lhe
dirigem a cada jornada o grupo de fiéis arranchados nas redondezas representa óbvio
transtorno para a vizinhança, que é forçada a aguentar as repetidas homenagens
da peonada e de outros, que se tornam eventuais moradores de rua, para prestar
seus cumprimentos àquele que admiram - e é o direito que lhes assiste - de
forma incondicional, vislumbrando nas penas que lhe foram cominadas uma injustiça para o ex-presidente, a quem
prestam quase um culto, tão forte é o sentimento que lhe devotam.
Quando acontecem tais episódios
como toda a maquinação do Ministro Marco Aurélio: ele "apelou então para a
decisão monocrática - que, se levada a efeito, libertaria dezenas de milhares
de presos, entre eles o sr. Lula da Silva. O Ministro esperou até a véspera do
recesso do Judiciário para se manifestar, tentando evitar assim que o colegiado
se reunisse para julgar o mérito de sua
liminar ainda neste ano, Alegou que o fazia porque precisava reagir à
"manipulação da pauta" do Supremo,uma vez que o atual presidente,
Dias Toffoli, havia marcado uma nova análise desse tema somente para abril do
ano que vem. O próprio Toffoli, como esperado, cassou a liminar de Marco
Aurélio."
"Em seu despacho, o
ministro Marco Aurélio escreveu que a segurança jurídica 'pressupõe a
supremacia não de maioria eventual (...) mas da Constituição." Como assinala a propósito o editorial do Estado de S. Paulo de hoje, sexta-feira, 21 de dezembro "depreende-se,
então, que, para esse magistrado, a jurisprudência formada por decisão
colegiada da qual ele discorda simplesmente
não vale. E o ministro Marco Aurélio aproveitou para destratar seus colegas
de Supremo, acusando-os de desrespeitar
a ordem jurídico-constitucional: "que cada qual faça a sua parte, com
desassombro, com pureza d'alma, segundo ciência e consciência possuídas".
E ao cabo de sua solitária
aventura, ele "acrescentou, quase
como um deboche: Tempos estranhos os vivenciados nesta sofrida República!'
E o editorial do Estadão
conclui: "De fato, tempos estranhos. "
(Fonte: O Estado de S. Paulo )
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