terça-feira, 11 de dezembro de 2018

O Erro de Macron


                          

         As  concessões de  Emmanuel Macron - que comentam os jornais  - não podem ser minimizadas, e marcam, de certa forma, um erro do jovem presidente.
           Como se desejasse marcar a sua disposição de 'negociar', o presidente francês acedeu a outra exigências dos chamados coletes amarelos.  Com efeito, o discurso de Macron foi feito para ser transmitido pela tevê,  para atender às demandas do movimento "coletes amarelos". Inexistentes até a véspera, os coletes amarelos me relembram os movimentos anarquistas que vi amiúde em Atenas, meu derradeiro posto como embaixador.
             Os anarquistas atenienses tiveram ocasião de impressionar-me pelo rigor militar e pelas suas formações que mostravam uma força respeitável, na medida em que marchavam em colunas compactas, intentas, sobretudo, em contra-arrestar as previsíveis investidas da polícia helênica de choque.
              Já os coletes amarelos se assinalaram por conspurcar o Arco do Triunfo, uma jóia francesa, com pichações, o que me faz presumir que boa parte de seus integrantes sejam imigrantes.
                Quanto ao erro de Macron, ele se situa, sobretudo, na iniciativa que visa tentar atender às demandas desse movimento, chegando ao ponto de fazê-lo via tevê, porque os "coletes amarelos" assim o queriam...
                  Respondendo á baderna daqueles que lhe contestam a autoridade, Macron prometeu aumentar em Euros cem o salário mínimo - hoje fixado em Euros hum mil e quatrocentos e noventa e oito, e 47 centavos (cerca de R$ 6,7 mil).
                   Na sua fala televisiva, de treze minutos, o presidente chegou a admitir que "o país enfrenta um momento histórico", pedindo às grandes empresas que participem do esforço necessário para mudar a situação.
                    A chamada dor na nuca terá surgido em muitos franceses, desabituados em ouvir um presidente elogiar  movimento anarquista, que segundo é sólito, quebrara muitas vitrines, aí incluídas as de lojas na avenida Champs Elysées ...

( Fonte: O Estado de S. Paulo )   

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