As concessões de
Emmanuel Macron - que comentam os jornais - não podem ser minimizadas, e marcam, de
certa forma, um erro do jovem presidente.
Como se desejasse marcar a sua disposição de
'negociar', o presidente francês acedeu a outra exigências dos chamados coletes amarelos. Com efeito, o discurso de Macron foi feito
para ser transmitido pela tevê, para
atender às demandas do movimento "coletes
amarelos". Inexistentes até a véspera, os coletes amarelos me relembram os movimentos anarquistas que vi
amiúde em Atenas, meu derradeiro posto como embaixador.
Os anarquistas atenienses tiveram
ocasião de impressionar-me pelo rigor militar e pelas suas formações que
mostravam uma força respeitável, na medida em que marchavam em colunas
compactas, intentas, sobretudo, em contra-arrestar as previsíveis investidas da
polícia helênica de choque.
Já os coletes amarelos se assinalaram
por conspurcar o Arco do Triunfo, uma
jóia francesa, com pichações, o que me faz presumir que boa parte de seus
integrantes sejam imigrantes.
Quanto ao erro de Macron, ele se situa, sobretudo, na iniciativa
que visa tentar atender às demandas desse movimento, chegando ao ponto de
fazê-lo via tevê, porque os "coletes amarelos" assim o queriam...
Respondendo
á baderna daqueles que lhe contestam a autoridade, Macron prometeu aumentar em Euros cem o salário mínimo - hoje fixado
em Euros hum mil e quatrocentos e
noventa e oito, e 47 centavos (cerca de R$ 6,7 mil).
Na sua fala televisiva, de treze minutos, o presidente chegou a admitir
que "o país enfrenta um momento histórico", pedindo às grandes
empresas que participem do esforço necessário para mudar a situação.
A chamada dor na nuca terá surgido em muitos franceses, desabituados em
ouvir um presidente elogiar movimento anarquista, que segundo é sólito,
quebrara muitas vitrines, aí
incluídas as de lojas na avenida Champs Elysées ...
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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