terça-feira, 7 de agosto de 2018

Trump reativa sanções contra o Irã


                    
        Trump se coloca, uma vez mais, como fator de retrocesso em relação às conquistas já alcançadas, tanto pelos Estados Unidos, quanto pelo Ocidente. Em termos de meio ambiente, o ataque contra o Acordo de Paris já indicara o vezo epimeteico desse presidente.
          Também no que tange à questão árabe-israelense, a sua brutal reversão do status de Jerusalém veio trazer ulterior retrocesso ao centenário problema da Palestina, o que decerto não contribui para qualquer  progresso  na questão médio-oriental, além de ser incansável fautor do terrorismo como ultima ratio das nações inferiorizadas pela pobreza.
          Agora, Donald Trump se lança para desfazer uma das principais realizações do Governo de Barack Obama, contribuindo para desfazer a laboriosa negociação do Acordo com os ayatollahs do Irã, consoante levada a cabo pela presidência  Obama.
           Dessarte, o reacionarismo de Trump  ora se volta contra Teerã. Dado o peso dos Estados Unidos, e a amplitude do acordo com o Irã, o que o regime democrata de Obama lograra ao criar condições para controle mais efetivo da atuação belicosa dos xiitas iranianos,  será perdido pela ação destruidora  desse presidente republicano.
           Ao desfazer o paciente e minudente trabalho diplomático da negociação do Acordo, Trump há de impressionar pela rapidez com que se propõe desfazer a reintrodução do regime dos ayatollahs no comércio internacional.
            Está a Comunidade Econômica Européia entre os principais perdedores do viés destrutivo desse demagogo, que é ajudado pelo poderio econômico-financeiro estadunidense, pela propensão de alguns em pescar em águas turvas, e no seu alinhamento com a vis destrutiva do poder israelense que, através do demagogo B.Netanyahu, pensa poder prejudicar mais profundamente a sua nêmesis de Teerã.
            Como se há de verificar, as iniciativas desse demagogo de ideias e de projetos confusos não são de molde a construir ou mesmo tentar viabilizar projetos sérios para o progresso das Nações.
            O projeto de Obama era o de trazer o Irã, senão para o Concerto das Nações, pelo menos para uma situação de relativo equilíbrio, em que luzissem para essa base do intervencionismo e do terrorismo, as vantagens do entendimento internacional, com o progresso resultante de melhores condições de intercâmbio, e consequentes avanços econômicos.  Essa aposta na Paz, feita por Barack Obama, se enfrentara óbices, mostrava igualmente aos ayatollahs de Teerã, as vantagens da atmosfera que caracterizam a Paz e as melhores condições econômicas advenientes, de que se desfruta em consequência.
          Para que se tenha ideia de o que vem por aí, tenha-se em mente  que o presente restabelecimento das sanções basicamente permite  que os Estados Unidos imponham duras punições a empresas ou países que negociarem com o Irã.  A primeira leva de sanções afeta setores econômicos, como o automotivo, de ouro, aço e outros metais usados industrialmente.  Depois de 90 dias, um novo lote de sanções recairá sobre o setor petrolífero iraniano.
           Dentro da lógica destrutiva desse programa que é  punitivo na essência, as empresas ocidentais vêm suspendendo as próprias atividades,  com os decorrentes bilhões de euros de prejuízo. Entre as medidas evocadas está a atualização do Estatuto de Bloqueio, criado em 1996, que não reconhece as penalidades do direito americano em caso de embargos unilaterais, protegendo, em tese, companhias europeias. Na prática, apenas pequenas e médias empresas (PME) poderiam beneficiar-se pela iniciativa de Bruxelas, até o momento jamais aplicada.
           Como se sabe, e que tem uma obviedade que não logra demover esses energúmenos de seus projetos insensatos e mesmo contraproducentes, é mais fácil destruir e desfazer do que realizar efetivas e positivas relações economico-financeiras.  Mas tal facilidade não resulta em proveito de quem nela se empenha, por motivos óbvios.
             Há muitos fins colaterais que as iniciativas da paz realizam, e muita vez por acréscimo.  Uma anti-política como a preconizada e implementada por Donald J. Trump na verdade não consulta a interesse de parte alguma, a começar pela instabilidade que é típica desses jogos de guerra camuflados. (a continuar)

Nenhum comentário: