Trump se coloca, uma
vez mais, como fator de retrocesso em relação às conquistas já alcançadas,
tanto pelos Estados Unidos, quanto pelo Ocidente. Em termos de meio ambiente, o
ataque contra o Acordo de Paris já indicara o vezo epimeteico desse presidente.
Também no que tange à questão
árabe-israelense, a sua brutal reversão do status
de Jerusalém veio trazer ulterior retrocesso ao centenário problema da
Palestina, o que decerto não contribui para qualquer progresso
na questão médio-oriental, além de ser incansável fautor do terrorismo
como ultima ratio das nações
inferiorizadas pela pobreza.
Agora, Donald Trump se lança para desfazer uma das principais realizações
do Governo de Barack Obama,
contribuindo para desfazer a laboriosa negociação do Acordo com os ayatollahs do Irã, consoante levada a
cabo pela presidência Obama.
Dessarte, o reacionarismo de
Trump ora se volta contra Teerã. Dado o
peso dos Estados Unidos, e a amplitude do acordo com o Irã, o que o regime
democrata de Obama lograra ao criar condições para controle mais efetivo da
atuação belicosa dos xiitas iranianos,
será perdido pela ação destruidora
desse presidente republicano.
Ao desfazer o paciente e minudente
trabalho diplomático da negociação do Acordo, Trump há de impressionar pela
rapidez com que se propõe desfazer a reintrodução do regime dos ayatollahs no comércio internacional.
Está a Comunidade Econômica
Européia entre os principais perdedores do viés destrutivo desse demagogo, que
é ajudado pelo poderio econômico-financeiro estadunidense, pela propensão de
alguns em pescar em águas turvas, e no seu alinhamento com a vis destrutiva do poder israelense que,
através do demagogo B.Netanyahu, pensa poder prejudicar mais profundamente a sua
nêmesis de Teerã.
Como se há de verificar, as
iniciativas desse demagogo de ideias e de projetos confusos não são de molde a
construir ou mesmo tentar viabilizar projetos sérios para o progresso das
Nações.
O projeto de Obama era o de trazer
o Irã, senão para o Concerto das Nações, pelo menos para uma situação de
relativo equilíbrio, em que luzissem para essa base do intervencionismo e do
terrorismo, as vantagens do entendimento internacional, com o progresso
resultante de melhores condições de intercâmbio, e consequentes avanços
econômicos. Essa aposta na Paz, feita
por Barack Obama, se enfrentara óbices, mostrava igualmente aos ayatollahs de Teerã, as vantagens da
atmosfera que caracterizam a Paz e as melhores condições econômicas advenientes,
de que se desfruta em consequência.
Para que se tenha ideia de o que vem
por aí, tenha-se em mente que o presente
restabelecimento das sanções basicamente permite que os Estados Unidos imponham duras punições
a empresas ou países que negociarem com o Irã.
A primeira leva de sanções afeta setores econômicos, como o automotivo,
de ouro, aço e outros metais usados industrialmente. Depois de 90 dias, um novo lote de sanções
recairá sobre o setor petrolífero iraniano.
Dentro da lógica destrutiva desse
programa que é punitivo na essência, as empresas ocidentais vêm suspendendo
as próprias atividades, com os
decorrentes bilhões de euros de prejuízo. Entre as medidas evocadas está a
atualização do Estatuto de Bloqueio, criado em 1996, que não reconhece as
penalidades do direito americano em caso de embargos unilaterais, protegendo,
em tese, companhias europeias. Na prática, apenas pequenas e médias empresas (PME)
poderiam beneficiar-se pela iniciativa de Bruxelas, até o momento jamais
aplicada.
Como se sabe, e que tem uma
obviedade que não logra demover esses energúmenos de seus projetos insensatos e
mesmo contraproducentes, é mais fácil destruir e desfazer do que realizar
efetivas e positivas relações economico-financeiras. Mas tal facilidade não resulta em proveito de
quem nela se empenha, por motivos óbvios.
Há muitos fins colaterais que as
iniciativas da paz realizam, e muita vez por acréscimo. Uma anti-política
como a preconizada e implementada por Donald J. Trump na verdade não
consulta a interesse de parte alguma, a começar pela instabilidade que é típica
desses jogos de guerra camuflados. (a
continuar)
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