quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Condenação de J.M. Marin


                                   

         A juíza americana não condenou apenas  José Maria Marin à pena de 48 meses de prisão e ao pagamento de multa de US$ 1,2 milhão, pelos crimes cometidos na época em que foi presidente da CBF, de 2012 a 2015.
          Marin já cumpriu treze meses de detenção na Suiça e nos Estados Unidos. Por isso, e por ter bom comportamento, sua pena final será reduzida para 28 meses de prisão.
           A juíza Pamela Chen, da Corte Federal de Brooklyn, a instâncias dos advogados de Marin, concordou que ele  cumpra a pena em uma prisão de segurança mínima, no estado da Pennsilvânia.
             Hoje,  o ex-dirigente de 86 anos está em uma prisão no distrito de Brooklyn. Lá ele não tem privilégios, quase não recebe visitas  - só a de seus advogados, tem as ligações telefônicas reguladas e não dispõe de acesso à internet.
              Apesar dos apelos do réu - de oitenta e seis anos - que suplicou a comutação da pena para que voltasse logo ao Brasil, onde o espera a esposa, a  juiza americana não lhe reduziu a pena (confisco de US$ 3,35 milhões).
               A magistrada tampouco se impressionou com as lágrimas de Marin.  Pamela Chen fez comentários que reforçaram as palavras da promotoria. "O senhor Marin deixou o serviço público há mais de trinta anos e atuou no esquema de corrupção do qual foi beneficiário, entre 79 e 82 anos de idade."
                 E assinalou:" Ele pediu desculpas. Mas seus atos, junto com a atuação de seus conspiradores, falam mais do que palavras. Eu ainda estou preocupada com a negação de seu comportamento, de que não fez nada de errado. É preciso mandar uma mensagem forte para o mundo que o crime não paga e que a lei precisa ser respeitada, não importando a idade das pessoas."
                    Lapidar sentença. Pena que os dirigentes da CBF que desrespeitam a lei e participaram das negociatas da Fifa  não ouçam palavras similares no Brasil.  Fica mais fácil entender a fuga às carreiras para o Brasil do dirigente Del Nero que o acompanhava em Zurique, quando Marin foi detido, com a autorização do governo suiço,  pelo FBI e posteriormente transportado para os Estados Unidos.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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