Em
seu primeiro processo da Lava-Jato, do Rio de Janeiro, o empresário Jacob Barata
Filho, que controla grande parte das linhas de ônibus do Rio, admitiu
que as empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro
(Fetranspor), "repassaram a políticos do Estado dinheiro de Caixa 2.
Em
depoimento ontem, na 7ª Vara Federal Criminal, Barata disse que esse caixa
chegou a gerar até R$ 6 milhões por mês. Ele citou como beneficiados deputados
da chamada Alerj, como Jorge Picciani
(MDB) e Paulo Melo (também MDB),
ambos quando presidiram a chamada Alerj (Assembléia Legislativa do Estado do
Rio de Janeiro).
Consoante Barata, conhecido como "rei dos ônibus" no Rio de
Janeiro, o objetivo do pagamento da "caixinha" era facilitar que
projetos que beneficiassem a federação fossem aprovados, e as propostas que
prejudicavam a entidade não passassem.
Não
se pejou, outrossim, o chamado "rei dos ônibus" em afirmar que
tal acordo tinha o intúito também de 'beneficiar' o usuário, já que os serviços
dos ônibus era feito para gerar conforto, rapidez e o "menor custo
possível na passagem" (sic).
Um
dos processos que passaram pela Casa e foi citado por Barata como de interesse
da federação, estabelecia a obrigatoriedade de ter cobradores de passagens nos
ônibus. Segundo ele, a proposta, se aprovada, poderia representar aumento de
tarifa e era desnecessária.
Segundo Barata, a "contribuição" a agentes públicos começou
com recursos para campanhas e, depois, evoluíu para "outras
contribuições". "Não posso
detalhar essas contribuições porque não
era eu que fazia esse trato com agentes públicos. Sabia do caixa (2) e
concordava com a utilização desse dinheiro", disse, respondendo ao juiz
federal Marcelo Bretas (o
encarregado da Lava-Jato no Rio de Janeiro).
Barata afirmou que a Fetranspor resolveu
colaborar com as campanhas de políticos porque "o custo de campanha hoje é
maior do que um deputado vai ganhar
durante todo o mandato dele."
A assessoria de imprensa de Picciani afirmou que "o
depoimento do empresário levanta apenas conjecturas, uma vez que ele diz que
seria outra pessoa que faria os pagamentos e não informou o tipo de ajuda o
deputado teria dado a ele e ao setor". Já a defesa de Melo não se
manifestou até o fechamento da edição.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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