A
assembleia legislativa do Estado do Rio de Janeiro, mais conhecida como Alerj -
o que talvez seja uma designação mais adequada e mais próxima da realidade -
resolveu nesta semana liberar reajustes para servidores. É atitude demagógica,
fora da realidade, e contrária aos interesses do Estado do Rio de Janeiro.
Constitui, portanto, uma decisão típica dessa assembleia que gasta à tripa forra, sem qualquer
consideração com a realidade economico-financeira desse Estado do Rio de
Janeiro, talvez ainda reminiscente das antigas proteções como da Corte (ao
tempo do Império) e durante o largo período em que o Rio, sendo a capital
federal, a presença desse poder despejava munus
e vantagens na metrópole carioca.
Mas
com o governo de JK e a transferência da capital federal para o Planalto
Central, esse período de apoio munificente do Poder Federal muito próximo se
foi, deixando os edifícios da antiga grandeza - excetuado o Palácio Monroe que,
em péssima hora, os militares mandaram derrubar.
Longe o poder, os senhores que dominam a dita Alerj continuaram como que
imémores das novas condições, e no antigo Palácio Tiradentes - que deixou de
ser a Câmara dos Deputados, para virar Assembleia Legislativa - perduraram na
velha gastança, agindo como se ainda prevalecessem as benesses do Poder
Federal.
Este fora
para Brasília. Não obstante, as bancadas da Alerj continuaram a acreditar que
apesar da Novacap ainda perduravam as
vantagens devidas ao município que sediara os poderes federais da República.
Tal
irrealismo nós o deparamos na inchação dos gastos totais da dita Alerj, que
gasta muito mais do que a assembleia legislativa de São Paulo! Com efeito, o
orçamento da Alerj supera em cerca de dois bilhões o custo da assembleia
paulista!
Só
se encontra o plenário da Alerj com as suas cadeiras ocupadas em dias especiais,
pois o absenteismo é regra, excluídas as datas em que as excelências se votam
vantagens ou quaisquer outras benfeitorias.
A irresponsabilidade da dita Alerj
é assinalada pelo Estadão. Com efeito, o Rio pode ter de ressarcir R$ 18,8
bilhões à União por descumprimento do acordo que tenta salvar as finanças do
Estado. Nesta semana, a Alerj liberou
reajustes para servidores, o que é vedado pelo acordo!
(
Fonte: O Estado de S.Paulo )
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