sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A incrível Alerj


                              

       A assembleia legislativa do Estado do Rio de Janeiro, mais conhecida como Alerj - o que talvez seja uma designação mais adequada e mais próxima da realidade - resolveu nesta semana liberar reajustes para servidores. É atitude demagógica, fora da realidade, e contrária aos interesses do Estado do Rio de Janeiro. Constitui, portanto, uma decisão típica dessa assembleia  que gasta à tripa forra, sem qualquer consideração com a realidade economico-financeira desse Estado do Rio de Janeiro, talvez ainda reminiscente das antigas proteções como da Corte (ao tempo do Império) e durante o largo período em que o Rio, sendo a capital federal, a presença desse poder despejava munus e vantagens na metrópole carioca.
          Mas com o governo de JK e a transferência da capital federal para o Planalto Central, esse período de apoio munificente do Poder Federal muito próximo se foi, deixando os edifícios da antiga grandeza - excetuado o Palácio Monroe que, em péssima hora, os militares mandaram derrubar.
          Longe o poder, os senhores que dominam a dita Alerj continuaram como que imémores das novas condições, e no antigo Palácio Tiradentes - que deixou de ser a Câmara dos Deputados, para virar Assembleia Legislativa - perduraram na velha gastança, agindo como se ainda prevalecessem as benesses do Poder Federal.
         Este fora para Brasília. Não obstante, as bancadas da Alerj continuaram a acreditar que apesar da Novacap ainda perduravam as vantagens devidas ao município que sediara os poderes federais da República.
          Tal irrealismo nós o deparamos na inchação dos gastos totais da dita Alerj, que gasta muito mais do que a assembleia legislativa de São Paulo! Com efeito, o orçamento da Alerj supera em cerca de dois bilhões o custo da assembleia paulista!
           Só se encontra o plenário da Alerj com as suas cadeiras ocupadas em dias especiais, pois o absenteismo é regra, excluídas as datas em que as excelências se votam vantagens ou quaisquer outras benfeitorias.
            A irresponsabilidade da dita Alerj é assinalada pelo Estadão. Com efeito, o Rio pode ter de ressarcir R$ 18,8 bilhões à União por descumprimento do acordo que tenta salvar as finanças do Estado.  Nesta semana, a Alerj liberou reajustes para servidores, o que é vedado pelo acordo!    

( Fonte: O Estado de S.Paulo )

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