domingo, 26 de agosto de 2018

Alta corrupção chavista


                                

         Data do tempo de Hugo Chávez  Frias a instauração de câmbio de dólares a duas mãos na Venezuela.  Havia um esquema corrupto de lavagem de dinheiro, que empregava o mercado negro do câmbio venezuelano e a estatal petrolífera PDVSA, para acumular  fortunas no exterior.
           Documentos do Departamento de Justiça dos EUA revelam que os enteados do presidente Maduro e funcionários do alto escalão  da Central petrolífera venezuelana integraram esquema criminoso  que desviou até US$ 1,2 bilhão, valendo-se de um banco suiço, o Julius Baer.

           Nesse sentido, o ex-banqueiro Matthias Krull, preso em julho último, fechou acordo de delação premiada com os Estados Unidos, confessou o crime e afirmou que enteados do ditador Maduro estavam entre seus clientes, no banco supracitado.
            O esquema funcionava graças à existência de duas taxas de câmbio (a oficial e a paralela) na Venezuela. Dessarte, vendia-se  o dólar na cotação do mercado paralelo e se empregavam os bolívares para recomprar a moeda americana na cotação oficial, valendo-se para tanto do suborno de funcionários públicos.
             Exemplo desse 'esquema criminoso': em 2014, v.g., um indivíduo poderia trocar US$ 10 milhões por seiscentos milhões de bolívares, e em seguido trocar os mesmos bolívares, se tivesse acesso às taxas fixas do governo,  por US$ 100 bilhões! Assim, em duas transações o tal "felizardo chavista"  poderia comprar  US$ 100 milhões por US$ 10 milhões.
             De acordo com a promotoria americana, grande parte desse esquema fraudulento de câmbio ocorria dentro da estatal venezuelana PDVSA : "Ela é uma fonte primária  de recursos e de moeda estrangeira (sobretudo dólares e euros), usada para financiar um esquema corrupto de enriquecimento de câmbio."

             O controle cambial na Venezuela foi adotado em 2003 sob Hugo Chávez, tendo sido desfeito somente no correr desta semana. Como se verifica, tal sistema corrupto aumentou as distorsões no país, por tornar os produtos com os preços atrelados ao dólar inacessíveis para a maioria da população. Dentro dessa antilógica, tal segmento venezuelano, sem salário ligado à moeda estadunidense e sem qualquer acesso a remessas do exterior, passou a depender de subsídios estatais que, com o passar do tempo, se tornaram insustentáveis.  Consoante essa conta corrupta, o dinheiro desviado do povo venezuelano seria quatro vezes superior ao que as Nações Unidas pede para atender aos refugiados venezuelanos em oito países da América Latina.
              Como demonstra a investigação realizada pelos órgãos estadunidenses, um funcionário do governo recebeu Euros 227 milhões e enviou Euros 159 milhões aos três enteados de Maduro. Outros Euros 78 milhões seguiram para nomes como Francisco Convit, Carmelo Aqui e Abraham Prtega, entre outros. Como referido acima, as investigações se realizam nos Estados Unidos, em colaboração com a Confederação Helvética.  Nesse contexto, o ex-banqueiro admitiu que ele, na sua posição, atraía clientes privados "especialmente da Venezuela". 
                 Consultadas, a diplomacia venezuelana e a PDVSA se abstiveram de responder.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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