A
Ponte de Gênova
Impressionante pelas dimensões, a ponte
que ruíu em Gênova, durante uma tempestade, o desastre deixa ao menos 26
mortos. Ela estava inserida no eixo estradal italiano. Tinha, por conseguinte,
um pesado e intenso tráfico, ligando na bota italiana o Norte ao Sul.
Talvez a sua majestosa presença e o próprio tráfego que a caracterizou,
pois se não me engano ela juntava
igualmente a circulação citadina, com a sua inserção no sistema de autopistas
que conectam as principais cidades da Itália, jungindo o norte ao sul pela
própria posição da cidade de Gênova.
Por ali terei passado mais de uma
vez com a minha família. Os motoristas em geral têm pressa, talvez demasiada,
para avançar ao próprio destino que, no meu caso, tratava-se menos de visitar
Gênova do que conhecer ou rever os grandes destinos do norte da Itália.
E como todo motorista, tinha urgência em chegar ao meu destino ao norte,
ou, no eventual retorno, ao centro da peninsula, onde vivia com minha família,
à velha Cidade Eterna. E para quê tanta pressa?
Por isso, devo confessar que guardo uma visão algo nebulosa daquela
gigantesca ponte, que caracteriza tantas construções estradais nas nervosas
extensões dessa histórica península que já foi o centro do mundo.
Os encontros marcados com o destino podem ser caprichosos. Passaram
décadas e mais décadas dessas monumentais estruturas e os motoristas por elas
passando depressa, com a urgência que
lhes caracteriza as episódicas, muita vez anônimas viagens. Por quantas décadas, essas enormes estruturas
surgem como sombras esquivas na rota de milhares de choferes...
Os que viajam pelas auto-estradas têm em geral pressa, muita pressa. É difícil
saber por que, além da natural vontade de chegar ao ponto de destino.
No seu tamanho
descomunal, que talvez guarde a influência da época em que foi construída e,
sobretudo, levantada, essas pontes impressionam pelas gigantescas dimensões, que transformam
por vezes os veículos em besouros nervosos.
Sem embargo, todos nós, sobretudo quando
viajamos para largos destinos, nos move
estranha, peculiar, quase animal urgência
E a mór parte das vezes,
para quê? Para nada, como diria o grande
escritor brasileiro, Mário de
Andrade...
Fontes: posto em Roma; Mário de Andrade (Macunaíma)
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