quarta-feira, 15 de agosto de 2018

A Ponte de Gênova


                                            A  Ponte de Gênova

           Impressionante pelas dimensões, a ponte que ruíu em Gênova, durante uma tempestade, o desastre deixa ao menos 26 mortos. Ela estava inserida no eixo estradal italiano. Tinha, por conseguinte, um pesado e intenso tráfico, ligando na bota italiana o Norte ao Sul.
     


       Talvez a sua majestosa presença e o próprio tráfego que a caracterizou, pois se não me engano  ela juntava igualmente a circulação citadina, com a sua inserção no sistema de autopistas que conectam as principais cidades da Itália, jungindo o norte ao sul pela própria posição da cidade de Gênova.
               Por ali terei passado  mais de uma vez com a minha família. Os motoristas em geral têm pressa, talvez demasiada, para avançar ao próprio destino que, no meu caso, tratava-se menos de visitar Gênova do que conhecer ou rever os grandes destinos do norte da Itália.
                 E como todo motorista, tinha urgência em chegar ao meu destino ao norte, ou, no eventual retorno, ao centro da peninsula, onde vivia com minha família, à velha Cidade Eterna. E para quê tanta pressa?
                  Por isso, devo confessar que guardo uma visão algo nebulosa daquela gigantesca ponte, que caracteriza tantas construções estradais nas nervosas extensões dessa histórica península que já foi o centro do mundo.
                   Os encontros marcados com o destino podem ser caprichosos. Passaram décadas e mais décadas dessas monumentais estruturas e os motoristas por elas passando depressa,  com a urgência que lhes caracteriza as episódicas, muita vez anônimas viagens.  Por quantas décadas, essas enormes estruturas surgem como sombras esquivas na rota de milhares de choferes...
                     Os que viajam pelas auto-estradas têm em geral pressa, muita pressa. É difícil saber por que, além da natural vontade de chegar ao ponto de destino.
                     No seu tamanho descomunal, que talvez guarde a influência da época em que foi construída e, sobretudo, levantada,  essas pontes impressionam  pelas gigantescas dimensões, que transformam por vezes os veículos em besouros nervosos.
                     Sem embargo, todos nós, sobretudo quando viajamos para largos destinos,  nos move estranha, peculiar, quase animal urgência
                     E a mór parte das vezes, para quê?  Para nada, como diria o grande escritor brasileiro,  Mário de Andrade... 


Fontes:  posto em Roma; Mário de Andrade (Macunaíma)

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