A
corrupção é a sárcina dos poderosos, e ninguém foi mais poderoso na Argentina
do que o casal Kirchner (Nestor e Cristina). O poder é dito inebriante em
termos de influência e força política. Muita vez essa capacidade se volta para
realizar obras que condicionem melhorias para o Povo.
Na América Latina, a carga do poder
é máxime sentida nos benefícios fruídos de forma desonesta pelos mandatários.
Uma vez guindados aos postos máximos da República, muitos de Suas Excelências
- admitidas nobres e dignas exceções - se volta para o munus de enriquecer à
custa do Erário, assim como ao revés dos desejos e anseios daquela multidão que
neles deposita não só o sufrágio, mas também as esperanças de uma existência
melhor.
É deplorável que a honestidade
seja uma virtude rara nos dias que correm. E esse desrespeito já se torna
demasiado comum. Qualquer cargo - e sobretudo os máximos - são objeto de grande
cobiça, o que, às mais das vezes, se explica por buscarem valores que não lhes
pertencem e sim ao Povo. Esquecem o escopo do cargo público - qualquer que seja
a respectiva função - e amiúde lhe consomem as benesses valendo-se seja dos
próprios ganhos adjetivos, seja de vantagens correlativas, tudo isso sem
deixar de mencionar o escopo de transformar o cargo público em um meio privado
de ganho e, até mesmo, enriquecimento pessoal.
Cristina e Nestor Kirchner são
acusados de enriquecimento público, à custa dos cofres da Nação. Agora a vida
financeira da estadista Cristina Kirchner - uma vez concluído o seu múnus
público (2007-2015) - como antes do marido Nestor (2003-2007), está sendo
passada a limpo. Ela esbraveja, declara não ser culpada de nada, mas os commis
do Estado, encarnados pelo juiz federal Claudio Bonadio e o promotor Carlo
Stornelli, crescem perante a Kirchner, por mais que esbraveje. Há de recordar-se o seu procedimento com o
corajoso promotor que teve estranha morte até hoje não deslindada, e que
malgrado os esforços da Kirchner continua a apontar na sua direção.
Pesa sobre Cristina o
depoimento de Carlos Wagner, ex-presidente da Câmara de Construção da
Argentina, entre 2004 e 2012. Em depoimento ao promotor Carlos Stornelli,
Wagner disse que os Kirchner recebiam de
10% a 20% de propina sobre todas as obras feitas via licitação. Para Wagner
"esse dinheiro seria usado para despesas políticas". Segundo as
estimativas do Clarin, se Wagner estiver dizendo a verdade, os Kirchner
receberam US$ 2,8 milhões por dia em
subornos.
Como o valor total de
obras públicas na "era K" somam cerca de US$ 107 bilhões. A média de subornos, portanto, atingiria a
cifra de US$ 16 bilhões. Dentre a magistratura, cresce a figura do Juiz Claudio
Bonadio que vem convocando a hoje Senadora
Cristina Kirchner para depor. É a quarta vez que Cristina vai aos
tribunais para depoimentos em causas
diferentes. As novas acusações contra a ex-presidente estão no processo dos
chamados "diários da corrupção", que vieram à tona graças a anotações
e relatos feitos em oito cadernos por Oscar Centeno, o motorista de Roberto
Baratta - braço direito do ex-ministro do
Planejamento Julio de Vido. Até agora foram mais de vinte depoimentos no
caso.
A ex-presidente publicou
ontem um tuíter no qual pedia que os militantes kirchneristas não se
mobilizassem para acompanhá-la quando se
apresentar ao Juiz Claudio Bonadio, como fizeram em vezes anteriores.
Pedia-lhes ao invés o empenho de mobilizar-se por aqueles muitos que estão
passando muito mal na catástrofe econômica e social que é o governo de Mauricio
Macri...
(
Fonte: O
Estado de S. Paulo )
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