terça-feira, 21 de agosto de 2018

A Corrupção dos Kirchner


                                            
          A corrupção é a sárcina dos poderosos, e ninguém foi mais poderoso na Argentina do que o casal Kirchner (Nestor e Cristina). O poder é dito inebriante em termos de influência e força política. Muita vez essa capacidade se volta para realizar obras que condicionem melhorias para o Povo.
            Na América Latina, a carga do poder é máxime sentida nos benefícios fruídos de forma desonesta pelos mandatários. Uma vez guindados aos postos máximos da República, muitos de Suas Excelências - admitidas nobres e dignas exceções - se volta para o munus de enriquecer à custa do Erário, assim como ao revés dos desejos e anseios daquela multidão que neles deposita não só o sufrágio, mas também as esperanças de uma existência melhor.
             É deplorável que a honestidade seja uma virtude rara nos dias que correm. E esse desrespeito já se torna demasiado comum. Qualquer cargo - e sobretudo os máximos - são objeto de grande cobiça, o que, às mais das vezes, se explica por buscarem valores que não lhes pertencem e sim ao Povo. Esquecem o escopo do cargo público - qualquer que seja a respectiva função - e amiúde lhe consomem as benesses valendo-se seja dos próprios ganhos adjetivos, seja de vantagens correlativas, tudo isso sem deixar de mencionar o escopo de transformar o cargo público em um meio privado de ganho e, até mesmo, enriquecimento pessoal.
                Cristina e Nestor Kirchner são acusados de enriquecimento público, à custa dos cofres da Nação. Agora a vida financeira da estadista Cristina Kirchner - uma vez concluído o seu múnus público (2007-2015) - como antes do marido Nestor (2003-2007), está sendo passada a limpo. Ela esbraveja, declara não ser culpada de nada, mas os commis do Estado, encarnados pelo juiz federal Claudio Bonadio e o promotor Carlo Stornelli, crescem perante a Kirchner, por mais que esbraveje.  Há de recordar-se o seu procedimento com o corajoso promotor que teve estranha morte até hoje não deslindada, e que malgrado os esforços da Kirchner continua a apontar na sua direção.
                     Pesa sobre Cristina o depoimento de Carlos Wagner, ex-presidente da Câmara de Construção da Argentina, entre 2004 e 2012. Em depoimento ao promotor Carlos Stornelli, Wagner disse que os Kirchner recebiam  de 10% a 20% de propina sobre todas as obras feitas via licitação. Para Wagner "esse dinheiro seria usado para despesas políticas". Segundo as estimativas do Clarin, se Wagner estiver dizendo a verdade, os Kirchner receberam US$ 2,8 milhões por dia  em subornos.
                        Como o valor total de obras públicas na "era K" somam cerca de US$ 107 bilhões.  A média de subornos, portanto, atingiria a cifra de US$ 16 bilhões. Dentre a magistratura, cresce a figura do Juiz Claudio Bonadio que vem convocando a hoje Senadora  Cristina Kirchner para depor. É a quarta vez que Cristina vai aos tribunais para  depoimentos em causas diferentes. As novas acusações contra a ex-presidente estão no processo dos chamados "diários da corrupção", que vieram à tona graças a anotações e relatos feitos em oito cadernos por Oscar Centeno, o motorista de Roberto Baratta - braço direito do ex-ministro do  Planejamento Julio de Vido. Até agora foram mais de vinte depoimentos no caso.
                       A ex-presidente publicou ontem um tuíter no qual pedia que os militantes kirchneristas não se mobilizassem  para acompanhá-la quando se apresentar ao Juiz Claudio Bonadio, como fizeram em vezes anteriores. Pedia-lhes ao invés o empenho de mobilizar-se por aqueles muitos que estão passando muito mal na catástrofe econômica e social que é o governo de Mauricio Macri...

( Fonte:  O  Estado de S.  Paulo )

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