Como
os cognoscenti diziam, os problemas
de Donald Trump tenderiam a acentuar-se quando chegasse a hora de seu advogado particular ver-se às voltas com o
FBI e a justiça.
Realmente as admissões e as confissões
do advogado Michael Cohen, envolvido em evasão fiscal, fraude bancária,
e violação de financiamento de campanha não pode-riam ser mais destrutivas para
o que resta da imagem do presidente.
No
entanto, em Washington, a perspectiva do
impeachment com as maiorias do GOP em
Câmara e Senado não pareceria assim tão brilhante.
Em análise
política de Paul Waldman, do Washington
Post, não basta acreditar que Trump mereça o impeachment, para levar os
democratas de volta à Casa Branca. São necessários 67 votos para condenar Trump
no Senado, nada indicando que quinze ou vinte senadores do GOP votem pela sua
destituição.
Tampouco a situação na Câmara seria favorável para que a questão seja
levada ao Senado.
Mas os comentaristas do Belt-way (anel estradal, que é metáfora
para designar o meio de Washington), podem ser volúveis e esquecer-se da
participação popular. O Procurador-Geral
J. Sessions não é dessa opinião, e por isso, como ministro da Justiça na
prática, dissociou-se de Trump.
Por outro lado, pouco se sabe sobre o conteúdo das acusações do
Conselheiro Especial Robert Mueller III (conexão russa) as quais poderiam ter
um ulterior efeito corrosivo sobre a posição do Presidente.
Se os democratas jogarem bem as suas cartas, a fraqueza real do presidente Trump e toda a
podridão ética que está vindo à tona terão forte efeito nas eleições
intermediárias que, como um salteador de beira de estrada, aguardam pela
passagem de um chefe de governo desmoralizado (escândalos sexuais) e
enfraquecido politicamente (questões embaraçosas ativadas pelos crimes
cometidos (e confessos) por seu advogado particular Michael Cohen, desde muito
havido como uma bomba ambulante em termos dos diversos crimes por ele cometidos
para livrar Mr Trump das confusões (sexuais e outras, em que S.Excelência se
meteu).
Com a compreensão dos meus leitores, é muito difícil não vislumbrar
nesse drama barato e vulgar, de um presidente que em termos éticos rivaliza com
Richard M.Nixon, não só a desonestidade de Mr Trump, mas também a decorrente
completa falta de escrúpulos, que o levou, durante toda a campanha para a
presidência, martelar junto ao seu
público como objetivo levar Crooked
Hillary para a cadeia. Destituído de preocupação ética e mesmo moral, o seu
slogan eleitoral - em um arco de cinismo dificil de ser igualado - pôr crooked Hillary na cadeia ! Apesar de sua vulgaridade e grosseria, Donald
Trump ao montar essa calúnia gigantesca,
não sabia decerto do conselho do personagem do Barbeiro de Sevilha[1]
- caluniai, caluniai, porque algo sempre há de restar!
Mas agora, na cena aberta quem se vê senão Crooked Trump, cercado de seu bando de crooks, a maior parte deles já o reconhecendo como um igual, o patife
que é, com a carga da vulgaridade das mulheres que desejava na cama, e de que
pensou o advogado Cohen o tivesse livrado !
(
Fontes: O Estado de S. Paulo; Caron de Beaumarchais )
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