segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Plano de Maduro para vencer hiper-inflação


                

          Não será o primeiro, mas chega com a panóplia do guerreiro que vai ferir de morte o dragão da hiper-inflação. Pelo menos, é o que anuncia, malgrado a persistência por mais de uma década, o ministro da Comunicação, Jorge Rodriguez, com a abertura de trezentas franquias de casas de câmbio para que os venezuelanos possam realizar livremente a troca de divisas, apesar de ainda não ter sido suspenso o controle de câmbio vigente desde Chávez, em 2003.

            Diante do retrospecto desse governo, há muito ceticismo entre os economistas sobre as perspectivas de êxito do referido "plano". Essas dúvidas dos economistas se baseiam  sobre as possibilidades materiais de um governo sem fundos, e que enfrenta pesadas sanções dos Estados Unidos.

             "Em meio a essa desvalorização  agressiva e aumentos monetários em razão dos salários e bônus, estamos esperando um estágio muito mais agressivo de hiperinflação. Ainda mais em contexto no qual a eliminação da impressão excessiva de dinheiro não é confiável", declarou o economista venezuelano  Asdrubal Oliveros, da consultoria Ecoanalítica.

               Após década da bonança do petróleo, que trouxe o boom de consumo no país membro da OPEP, hoje muitos cidadãos pobres estão sem comida e medicamentos, enquanto os salários são levados pela hiper-inflação. Por isso, centenas de milhares de venezuelanos se vêem tangidos a migrarem para países vizinhos da América do Sul, notadamente a Colômbia e agora também o Brasil, no estado nortista de Roraima.

                 Para a Fedecâmaras, o principal sindicato patronal venezuelano,  há uma grande incerteza sobre a conversão monetária. Existe, com efeito, enorme inquietude, dada a pressa e falta de profissionalismo evidenciados.

                   A Oposição se vale da inquietude da população para convocar mais um protesto nacional para amanhã. "Será uma greve geral de 24 horas", diz o líder sindicalista Andrés Velásquez.  E acrescenta: "As medidas não são nenhum plano de recuperação econômica. Representarão mais fome e mais pobreza."


( Fonte: O Estado de S. Paulo )                 

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