Não será o primeiro, mas chega com a
panóplia do guerreiro que vai ferir de morte o dragão da hiper-inflação. Pelo
menos, é o que anuncia, malgrado a persistência por mais de uma década, o
ministro da Comunicação, Jorge Rodriguez, com a abertura de trezentas franquias
de casas de câmbio para que os venezuelanos possam realizar livremente a troca de divisas, apesar de
ainda não ter sido suspenso o controle de câmbio vigente desde Chávez, em 2003.
Diante do retrospecto desse governo,
há muito ceticismo entre os economistas sobre as perspectivas de êxito do
referido "plano". Essas dúvidas dos economistas se baseiam sobre as possibilidades materiais de um
governo sem fundos, e que enfrenta pesadas sanções dos Estados Unidos.
"Em meio a essa
desvalorização agressiva e aumentos
monetários em razão dos salários e bônus, estamos esperando um estágio muito
mais agressivo de hiperinflação. Ainda mais em contexto no qual a eliminação da
impressão excessiva de dinheiro não é confiável", declarou o economista
venezuelano Asdrubal Oliveros, da
consultoria Ecoanalítica.
Após década da bonança do
petróleo, que trouxe o boom de consumo no país membro da OPEP, hoje muitos
cidadãos pobres estão sem comida e medicamentos, enquanto os salários são
levados pela hiper-inflação. Por isso, centenas de milhares de venezuelanos se
vêem tangidos a migrarem para países vizinhos da América do Sul, notadamente a
Colômbia e agora também o Brasil, no estado nortista de Roraima.
Para a Fedecâmaras, o
principal sindicato patronal venezuelano,
há uma grande incerteza sobre a conversão monetária. Existe, com efeito, enorme inquietude, dada a pressa e falta de profissionalismo evidenciados.
A Oposição se vale da
inquietude da população para convocar mais um protesto nacional para amanhã.
"Será uma greve geral de 24 horas", diz o líder sindicalista Andrés
Velásquez. E acrescenta: "As medidas não são nenhum plano de recuperação econômica.
Representarão mais fome e mais pobreza."
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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