quarta-feira, 3 de junho de 2015

GOP: excesso de candidatos ?


                                        

          O número de pré-candidatos do Partido Republicano se afigura tão inusitado que se tem procurado inclusive pesquisar o passado para verificar se há antecedentes históricos para essa pletora.

          Pela quantidade atual, não há comparação com o passado.  Se confirmada a corrente afluência , não há dúvida que nos cento e sessenta anos de história partidária, nunca o GOP apresentou tantos pré-candidatos.

          Um primeiro exame do grupo nos confirmará que inexistem grandes nomes em campo. A sua qualidade relativa já seria incentivo para a entrada na arena de nomes menores que podem, inclusive, não ter maiores pretensões além de pleitear uma exposição maior que lhes possa ajudar em objetivos colaterais mais modestos.

          Até o presente, Jeb Bush, ex-governador da Flórida surge como o front-runner[1] desse vasto pelotão. Filho de ex-Presidente (George H.W. Bush), que, derrotado pelo democrata Bill Clinton, se limitara a um só mandato, e irmão de George W. Bush (presidente de 2001 a 2009), até há pouco liderava o grupo, apesar de não haver declarado formalmente a candidatura.

            No entanto, com os primeiros debates televisivos já anunciados, é provável que as posições entre os pretendentes venham a modificar-se. As gafes nesses primeiros enfrentamentos não podem ser excluídas, eis que elas fazem de certa maneira parte do processo de seleção. Na eleição de 2012, em que Barack Obama se reelegeu, o governador do Texas Rick Perry surgia como um dos favoritos. para a nomination. Os graves tropeços na sua apresentação lhe causaram a  pronta remoção do grupo de concorrentes. 

            Atualmente, haveria virtual empate no quinteto formado por Jeb Bush, Scott Walker (governador do Wisconsin), o Senador (pela Florida) Marco Rubio, o ex-governador de Arkansas Mike Huckabee e o médico, assim como professor universitário, o afro-americano Ben Carson. Todos teriam cerca de 10%.

             No dia primeiro junho, o Senador pela Carolina do Sul Lindsey Graham, com o seu anúncio, fez o total  de pré-candidatos chegar a nove.  Há mais dois senadores em campo – Ted Cruz, que é ligado ao Tea Party, e chega a ser comparado com o demagogo Joe MacCarthy  e Rand Paul, da linha conservadora.  Entre os restantes, está Carly Fiorina, ex-diretora executiva da Hewlett-Packard, o ex-governador de New York, George Patacki, e o ex-Senador (pela Pennsilvania) Rick Santorum.

              Já existem dois debates marcados – o da Fox News (da ultra direita) a seis de agosto  e o da CNN, previsto para dezesseis de setembro.

               Diante da possibilidade de que o grupo de pretendentes chegue a quinze nas seguintes semanas, as redes televisivas pretendem restringir o número de participantes. Para a Fox News, haveria dez cadeiras. Para a CNN, um debate para os dez dianteiros e outro, com os cinco restantes.

                Entende-se a preocupação das duas redes, eis que quanto mais avantajado o  número, mais difícil a condução do debate e a porção de tempo disponível para que os partícipes marquem posição.   

                De qualquer forma, esta fase se afigura um verdadeiro ensaio geral, com a prevista poda dos pré-candidatos sem maiores possibilidades. Além disso, deverão ficar pelo caminho os muitos veteranos na corrida (não é a primeira vez que tentam), assim como os que repontam como vazios (ou quase) de conteúdo.

 

( Fonte:   O  Globo )                 




[1] Vanguardeiro.

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