Gripe Diplomática
O projeto do Presidente
Nicolás Maduro de dar melhorada na imagem, cada vez mais tingida pelo
crescente autoritarismo, assim como a truculência contra os líderes da
oposição, parecia correr-lhe a inteiro contento, com audiência privativa de Papa Francisco no Vaticano.
No entanto,
como Maduro é mais autoritário do que o seu modelo, o Caudillo Hugo Chávez, e
por força da precária situação política e econômica de seu governo, a sua
atuação nada tem de democrática. Com a
popularidade em baixa, o Presidente vem prendendo arbitrariamente os líderes
oposicionistas, como Antonio Ledezma (preso desde 19 de
fevereiro de 2015), que é Prefeito eleito de Caracas, e Leopoldo López, líder
oposicionista e candidato presidencial, detido desde fevereiro de 2014. Ambos são mantidos em cadeia de presos comuns,
em condições assaz precárias.
Ao saber da
programada viagem à Europa de Nicolas Maduro, com audiência prevista com o
Santo Pontífice neste fim de semana, a oposição venezuelana formulou o pedido a
Papa Francisco para que no curso da visita do Presidente Maduro o Papa lhe solicitasse
libertar os líderes oposicionistas –
cuja longa detenção é um acinte à democracia.
A ‘solução’
dada pelo Presidente Nicolás Maduro o deixa em situação constrangedora e
ridícula. Não ignorando que não teria condições de denegar a gestão de Papa
Francisco, Maduro resolveu optar por ...
uma óbvia e embaraçosa mentira. Alegando “gripe” el señor
Presidente bate em retirada, para evitar a saia-justa em que a oposição o
coloca, desmanchando os intuitos propagandísticos da audiência do Chefe de
Estado e fiel católico com o Santo Padre...
Ao
desmanchar a jogada, por ele havida como hábil, a oposição venezuelana desmoraliza
o Presidente Maduro, que com a sua lorota sai bastante enfraquecido em termos
de atitude e prestígio por força do vexaminoso não-encontro com Papa Francisco.
Se o governo do caudilho Hugo Chávez,
antecessor de Maduro, não se caracterizava pelas liberdades democráticas, a
situação piorou muito, e tal é decorrência colateral da desastrosa
administração do sucessor Nicolas Maduro.
A justiça
está por inteiro aparelhada pelo chavismo e o estado geral das prerrogativas
democráticas, por força da inflação galopante e do generalizado
desabastecimento, tem incrementando o caráter autoritário do governo Maduro.
Afinal aparecem registros do Planalto e da Petrobrás sobre a estranhíssima compra da Refinaria de
Pasadena.
Segundo
revelou o Estado de S. Paulo, na sua edição de ontem, seis de junho de 2015, Paulo Roberto Costa, o ‘Paulinho’,
foi a Brasília para se reunir com o então Presidente Lula da Silva, em 31 de
janeiro de 2006, um mês antes de a compra de PASADENA, a chamada ‘Ruivinha’ (apelido dado pelo seu estado
de conservação).
O encontro
foi registrado na agenda de relatório da
empresa como “Viagens Pasadena”. A agenda lista deslocamentos de seus
funcionários e executivos em missões relacionadas ao negócio.
Por sua
vez, a Agenda oficial do Palácio do Planalto registrou o encontro como “Reunião
da Petrobrás”. Lula informou ainda, sempre por intermédio da assessoria, que o
encontro ocorreu há nove anos e que “não tratou de Pasadena”. Segundo o então
Presidente, José Sérgio Gabrielli, ex-presidente
da Estatal, participou do encontro. O registro de Gabrielli assinala o registro
de “reunião no Palácio do Planalto”. Do
tema do encontro Lula só se lembra, segundo informou ao Estadão, só se recorda
de forma negativa. Para ele o encontro “não
tratou de Pasadena.”
Por outro
lado, o relator da CPI da Petrobrás, o deputado
Luiz Sérgio (PT-RJ) diz que “Pasadena
foi tratada na CPI que se encerrou no Senado, não é objeto desta CPI. Ficou estabelecido que o fato
determinado desta CPI é a venda de ativos na África, o Gasene, a Sete Brasil”.
A esse
respeito, o lider do DEM na Câmara, Mendonça Filho (BA) disse que a
revelação da agenda acaba com os argumentos de que Lula não sabia da negociação
sobre Pasadena. E Mendonça ainda ironizou as declarações do Dep. Luiz Sérgio:
“Dizer que não faz parte da CPI é brincadeira.
É hilário e ridículo. É preciso saber de que modo Lula e o governo dele
atuaram para dar respaldo a essa que foi
uma das maiores ações realizadas para destroçar os cofres da PETROBRÁS.”
Por sua
vez, o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) disse que apresentará
requerimentos para que a Petrobrás e o Palácio do Planalto prestem informações
sobre o encontro. O tucano disse que a própria presidente Dilma Rousseff deve
explicações, já que era Ministra de Lula e presidente do Conselho de Administração
da Petrobrás.
O DEM
apresentará requerimento na mesma linha, incluindo pedido de informações à Polícia Federal, que investiga o caso
dentro da Operação Lava-Jato.
- Vai
cada vez maturando mais o fato de que Dilma e Lula participaram dessas
decisões, período em que a Petrobrás foi saqueada. Eles não podem apagar a
História – disse a respeito o líder Imbassahy.
A esse
respeito, recordam-se do nervosismo da Presidenta, quando confrontada ainda no
seu primeiro mandato, por pergunta de jornalista do Estadão? Por escrito, Dilma
deu a seguinte atabalhoada resposta: a
sua aprovação se deve a que “se embasou num parecer técnica e juridicamente
falho, que omitiu cláusulas do negócio consideradas por ela prejudiciais”.
Posteriormente, o estranho negócio da aquisição de Pasadena resultou, segundo o Tribunal de Contas da União em prejuízo de US$ 792 milhões, para a
Petrobrás, ou em US$ 820 milhões, consoante outro cálculo.
Nunca um ferro-velho custou tão caro...
A Bicicleta de Dilma
Numa
operação destinada a mostrar que a Presidenta é humana e cuida do próprio
físico, rodaram pela mídia fotos e filmetes apresentando dona Dilma como ciclista
no entorno do Palácio do Alvorada.
Segundo Elio
Gaspari, “Se a doutora Dilma for pedalar na orla da lagoa Rodrigo de
Freitas com sua bicicleta importada da grife Specialized (R$
2.350,00), no mínimo ficará sem o brinquedo.”
( Fontes: O
Globo, Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo )
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