A viagem de Dilma e a crise da delação
Não foi só o espetáculo na
Broadway, reservado expressamente, que ficou de repente incompatível com os
horários da Presidenta.
Dilma se
disse ‘indignada’ com os supostos vazamentos seletivos. Quem faz coisas erradas, fica sujeita a tais
dissabores.
Não é só
para viagens que se reserva o fim de semana. Com o acesso de que dispõe a
revista VEJA, torna-se provável e mesmo natural que notícias desse calibre
rebentem no fim de semana.
Assim, Dilma
convocou reunião de emergência para tratar da crise. O bom amigo Aloizio
Mercadante teve de cancelar a sua ida, logo ele que é do núcleo duro
dos íntimos do poder dílmico. Ficará
para quê, se a confusão já foi aprontada?
Como sempre,
os Ministros de Dilma admitiram o que não pode ser negado, mas contestaram
vivamente quanto à motivação, dizendo
nada terem feito de ilegal. Assim, Edinho Silva, que como disse Recardo Pessoa,
agira de forma particularmente “elegante”, negou de pé junto haver ameaçado o
dono da UTC.
O Ministro
da Justiça, José Eduardo Cardozo, aquele que disse preferiria morrer a ficar em
nossas prisões, assinalou que “a presidente Dilma Rousseff desde o início
orientou seu tesoureiro Edinho para que agisse estritamente dentro da
lei”. Que governo sério e
republicano!, comentou a velhinha de Taubaté.
A viagem de Dilma e a Casa Branca
Ela, que se
disse “indignada”, como se sentirá no jantar programado na Casa Branca
de Obama?
Já fora
forçada a cancelar a visita quando veio à tona a crise da espionagem de alto
bordo nas suas comunicações pela agência americana de informações. Um a um os
chefes de governo ocidentais se descobrem diante dessa desagradável
contingência, como Angela Merkel, a
Chanceler alemã, e agora, François Hollande, o Presidente
francês. Dilma, que não costuma no trato ser pessoa de grande cortesia,
procurou tirar o máximo do entrevero, no que cometeria o erro de quem reclama
demais. A Merkel ficou na dela e
trataria de melhor modo as desculpas do Presidente americano.
Agora, as
suas estripulias eleitorais estouram justo na semana da viagem... Como ela se
sentirá, sentada no salão da Casa Branca? A sua satisfação há de ser matizada
pela água caída no chope... E depois, olhando em torno, em que pensará a nossa
Presidenta? Que, por trás dos gentis cumprimentos, os convidados e o próprio
anfitrião têm muito presente a crise política, o seu enfraquecimento nas
pesquisas, e – não por último - a ameaça de impeachment.
Os americanos sabem bem o que é
impeachment... Quiseram impedir o presidente Bill
Clinton por causa do escândalo de Whitewater,
e do caso com a auxiliar temporária Monica
Lewinsky. O procurador-especial, Kenneth Starr, turbinado pelos
republicanos, gastou milhões de dólares com o processo, mas fracassou... Por
isso, ao aquilatarem a carga de processo desse gênero, haverá nos seus olhares
sensações conflitantes, como coitada! ter de enfrentar essa barra...
Aniversário do Estado Islâmico
Consoante
sublinha na sua coluna Clovis Rossi, junho é o mês do aniversário do
Califado. Nesse mês foi supostamente
restabelecido o Califado Islâmico que, como instituição política, deixara de
existir formalmente em 1924.
Na verdade,
a derrota na Grande Guerra, que depois viraria a Primeira Guerra Mundial,
selaria o fim formal do Império Otomano. Mas o Ocidente vinha acompanhando há
tempos a fatal enfermidade do Homem Doente
da Europa. Na Turquia, o estado sucessor, surgiu, com a vitória contra a
Grécia, sob o comando de Mustafá Kemal, aquele que mais tarde seria designado o
AtaTurk, e uma de suas primeiras
medidas seria a abolição formal do velho Califado, que na realidade já morrera
há muito.
O mundo
árabe registra na atualidade vários estados que estão presa de sérias crises. A
derrota e posterior assassinato de Muamar Kaddafi, comemorada (com razão no
Ocidente – dona Dilma, é verdade dissentiu, ao declarar que não se festeja
morte de grandes líderes’, mas o Brasil não participou da campanha contra o
major que se iniciara na política derrubando o rei Idris) – não evoluiria com a
criação de novo Estado na velha Líbia. O que se deparou foi o surgimento de uma
quase república-falida, eis que não
há segurança em suas principais cidades, onde as facções vencedoras na guerra
civil se enfrentam em combates incessantes.
Apesar de
sua riqueza petrolífera, tampouco há estabilidade nessa nova república, com um
governo que é quase de fachada, e que não tem força militar capaz de controlar
os diversos grupos armados.
Valendo-se
da falta de autoridade central, o E.I. se tem prevalecido da anarquia para os
seus projetos terrorísticos e de desestabilização. Mandado para a Líbia logo depois da vitória e
consequente morte de Muamar Kadafi, o embaixador americano Christopher Stevens, um arabista de nomeada, foi na noite de 12/13
de setembro de 2013 covardemente assassinado no compound da Embaixada, que infelizmente não dispunha da proteção
devida. O principal responsável pelo ataque (que matou o Embaixador e mais três
pessoas), Ahmed Abu Khattala já foi preso em 12 de junho de 2014 e
transportado para os Estados Unidos.
( Fontes: VEJA, Folha de S. Paulo, O Globo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário