Há vários erros no que tange à
Missão Aécio Neves e dos demais senadores que
o acompanharam.
De início, o
erro mestre de que todos os demais, direta ou indiretamente, decorrem: a visita
dos Senadores não foi clandestina, ou tomada à revelia do Governo Maduro. Ela
foi oficial, como o demonstra haver sido transportada por aeronave da Força
Aérea Brasileira.
Ao contrário
do prometido, não houve nenhuma proteção ao veículo que conduzia a comitiva. Os
policiais da Guarda Nacional nada fizeram para evitar a agressão ao veículo
(balançaram o ônibus, não dispersaram o grupo de ‘manifestantes’ enviado pelo
governo Maduro para atacar a comitiva em lugar estratégico de passagem).
Tanto o Vice-Presidente
quanto o Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, e o próprio PT, da
presidente Dilma Rousseff, criticaram a visita. Houve disparidade no
tratamento. Ao invés do absoluto desrespeito supra-referido, quando das
visitas dos ex-presidentes Jorge Quiroga
(Bolívia), Andrés Pastrana (Colômbia) e Felipe González (Espanha) eles tiveram
garantidas segurança, carros à disposição e policiais fortemente armados. Desta feita, nem o
governo nem a Embaixada garantiram essa segurança. E acrescentou Lilian
Tintori, esposa de Leopoldo López: isso foi um rechaço à visita, um maltrato
aos senadores e um desrespeito sério.
E enfatizou
Lilian Tintori: “por causa de uma
visita a Leopoldo López, meu marido,
fizeram com que toda a cidade ficasse paralisada, para que os senadores não
vissem nossa realidade.Uma realidade que o mundo não conhece.”
A ausência do Embaixador Ruy Pereira, que
não acompanhou a missão, não ocorreu, portanto, por acaso. O Brasil não pode
enviar uma missão oficial, do Senado Brasileiro, para visitar Leopoldo López –
um político preso há mais de ano e em greve de fome – missão composta por senadores, e o Ministro das Relações
Exteriores, Mauro Vieira, dê ordens expressas ao Embaixador em Caracas que não
acompanhe a missão. Tampouco foi designado qualquer funcionário diplomático para
acompanhar a comitiva.
Parece evidente que o Ministro das Relações
Exteriores cumpria instruções da Presidente Dilma Rousseff, que fez com que
autoridades estatais não tivessem qualquer proteção na sua missão oficial a Caracas.
A atitude
da Presidente Dilma Rousseff com relação ao Ministério das Relações Exteriores
não tem paralelo com a dos presidentes que lhe precederam no cargo, até mesmo
os generais-presidentes do tempo do governo militar. Os exemplos são tantos que
peço vênia para não mencioná-los. Baste assinalar que ao contrário da norma
constitucional, determinou que o Brasil se abstivesse quanto à anexação pela
Rússia da Crimeia. O seu registro de falta de respeito com o direito
internacional público e o direito diplomático tem agora nova página com os
Senadores da República, abandonados até por seu representante.
( Fonte: O
Globo )
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