domingo, 7 de junho de 2015

Empréstimos do BNDES para o Exterior

                     

         Como o leitor se há de recordar, o blog já se tinha ocupado do tema. Com a sentença do Supremo, normaliza-se o assunto, pois o sigilo não tinha nenhum cabimento legal.

         No correr da semana, a abertura dos livros do BNDES deram oportunidade a que imprensa se ocupasse de o que há na matéria, no que tange à distribuição de empréstimos por países. No levantamento, os dados são a partir de 2007.

         O país que recebeu o maior volume de empréstimos foi Angola, com US$ 3,38 bilhões (85 projetos). Seguem a Venezuela com US$ 2,25 bilhões (4 projetos), a República Dominicana, com US$ 2,209 bilhões (19 projetos), Argentina, com US$ 1,87 bilhões (414 projetos), e Cuba, com US$ 846 milhões (7 projetos).

         Trata-se de exportações de serviços de empresas brasileiras.

          As empresas ficam com a parte do Leão -  a ODEBRECHT  concentra 70%, aí incluída a sua subsidiária Cia. de Obras e Infraestrutura. Os totais em US$ milhões são respectivamente US$ 7,393 bilhões (412 projetos) e US$ 832 milhões (6 projetos); seguem a Andrade Gutierrez, com US$ 2,923 bilhões (21 projetos), a Queiroz Galvão com US$ 388,8 milhões (19 projetos),a OAS, com US$ 354 milhões (3 projetos) e a Camargo Corrêa, com US$ 258 milhões (73 projetos).  

          O comentário que se poderia fazer é sobre o país (Angola) que concentra o maior número de empréstimos. Trata-se de férrea ditadura, com as características africanas da cleptocracia.

          Quanto a Venezuela, país cuja situação econômico-financeira é preocupante, notadamente pelo desgoverno dos últimos anos de Chávez e dos correntes de Nicolás Maduro, é de esperar-se que haja garantias do BNDES para que os nossos fundos não se percam em países que não passariam em  exame rotineiro de banco comercial.

          E Cuba? Os empréstimos para o porto de Mariel no Caribe – porto a cuja inauguração acorreram pressurosos os presidentes do grupo chavista – estão incluídos nesse registro ?

          Por fim,  diante dos inúmeros projetos dedicados à Argentina (414 projetos!) não há nenhum registro dos vizinhos Uruguai e Paraguai, além das economias mais sólidas da América do Sul (Chile, Colômbia e Peru) ?

 

( Fonte:  O  Globo – Economia )

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