Cesare
Battisti buscara refúgio no Brasil, e vinha sendo tratado com a
generosidade da gente brasileira.
Como já disse
nessas linhas, a controvérsia cerca o seu caso. Na Itália, sobre ele pesam alegados
crimes das Brigadas Vermelhas (condenado in
absentia pelo suposto assassínio de quatro pessoas - um militante, um
carcereiro, um policial e um joalheiro), Battisti pagou o cruel preço de não
ter defesa no julgamento, por já haver fugido para a França, onde fruíu do
asilo do Presidente François Mitterrand.
Terminado o
mandato de Mitterrand, a direita retomou a perseguição à la comissário Javert[1]. Battisti foge para o Brasil em 2004, e tem a
prisão preventiva decretada três anos depois. Com a prisão decretada, é
transferido do Rio, onde morava, para a penitenciária da Papuda, em Brasília.
Mais tarde,
obtém a condição de refugiado político, que lhe é reconhecida pelo Ministério
da Justiça. Em 2010, a instâncias da Justiça italiana, o Supremo Tribunal
Federal decidiu por sua extradição, seguindo parecer do Ministro Gilmar Mendes.
É feita, no entanto, a recomendação de que a decisão final caiba ao Presidente
da República.
No último
dia de seu mandato (31 de dezembro de 2010), Lula acata parecer da Advocacia
Geral da União, e nega a extradição, argumentando que tal agravaria a situação
de Battisti.
Em 2011, a
defesa pede que o ex-ativista seja solto. O Governo italiano contesta a
decisão, e apela para revisão da Presidente Dilma Rousseff. Por seis votos a
três, em junho de 2011, o Supremo
rejeita o pedido de extradição, e decide pela libertação de Cesare Battisti.
Battisti
deixa então a prisão e permanece no Brasil, onde se tornou escritor.
No início
de março, nova reviravolta na vida de Battisti. A 20ª Vara da Justiça Federal
do Distrito Federal determina a deportação de Battisti. A decisão ocorreu em resposta a ação civil
pública ajuizada pelo Ministério Público Federal. Essa ação do MPF poderia
estar ligada à questão da extradição de Henrique Pizzolato, autorizada em
princípio pela Corte de Cassação, mas ainda pendente de decisão do governo
italiano.
A juíza
Adverci Rates Mendes de Abreu, da 20ª Vara, acatou o pedido do MPF : “trata-se,
na verdade, de estrangeiro em situação irregular (sic) no Brasil e que, por ser
criminoso condenado em seu país de origem por crime doloso, não tem o direito
de aqui permanecer e, portanto, não faz jus à obtenção nem de visto, nem de
permanência.”
O
ex-ativista chegou à sede da Polícia Federal de São Paulo às 18:30hs. Ele não
foi algemado, nem resistiu à prisão em casa, onde estava com a mulher e a
filha.
A tal
respeito, assim se manifestou o seu advogado Igor Sant’anna : “Ele está na
carceragem, sereno, mas revoltado com a decisão. Estamos fazendo tudo para
revogar uma decisão absolutamente
absurda. Acreditamos que isso é uma
violência tremenda com o Cesare Battisti. Tinhamos informado que ele estava à
disposição da Justiça depois da decisão. Embora
sob protesto por essa decisão ilegal e inconstitucional. Estamos tentando
uma contraordem.” A qual tardou um pouco, mas não tanto, para honra de nossa
Justiça.
Por determinação do desembargador Cândido
Ribeiro, Presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, foi concedido habeas
corpus a Cesare Battisti, sob a justificativa de que a prisão e a ordem
de deportação feriam uma decisão do presidente da República, que só poderia ser
alterado pelo Supremo Tribunal Federal.
De posse do diploma legal,
Battisti deixou a carceragem da Polícia Federal em São Paulo, na companhia do
advogado e também do Secretário
municipal de Direitos Humanos, de São Paulo, o ex-Senador Eduardo Suplicy.
( Fonte: O
Globo )
Um comentário:
"Pagou o cruel preço de não ter defesa no julgamento"...
Battisit nos ensina a ser inocente em qualquer circunstância. Basta fugir. Tentar subverter um governo democrático pela violência para implantar uma ditadura é terrorismo. Insinuar que as instituições desse estado não são legítimas para julgá-lo é loucura. Hipotecar a credibilidade do Estado brasileiro por um canalha como Battisti é mais um legado do PT para o Brasil. Mais um passo rumo ao conselho de segurança... Não há mais nenhum pugilista cubano a repatriar?
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