A expressão não é nova, pois pertence
ao candidato Bill Clinton que desafiou o Presidente em funções George
H.W. Bush (depois conhecido como o velho Bush, pois, anos mais tarde, o
filho George W. Bush seria também
eleito presidente). Mas o democrata Clinton estava certo, e lograria
transformar Bush sênior em presidente de um só mandato. O que Clinton desejara
enfatizar era o primado da economia para a solução da crise.
No Brasil de
hoje, igualmente a economia está no centro das considerações, e por isso Joaquim Levy foi chamado para tentar
pôr ordem na casa.
A fautora de
toda a desordem é a Presidenta Dilma Rousseff.
Por um capricho da bolsa-família, Aécio Neves perderia a eleição por
apenas 3%.
O aparelhamento
do Estado pelo PT cuidou de recompensar quem, na verdade, não o merecia. Além de faltar-lhe liderança, Dilma abusou
do direito de errar em economia.
Ligando-se a
uma linha desenvolvimentista, e com fumaças de distribuição de renda e
populismo desbragado, Dilma Rousseff em pouco tempo traria a inflação de volta
(ela pensava que podia segurá-la apenas com a retórica, com frases como não permitirei que). Teria que dar no
que deu: carestia, preços administrados, intervenções irresponsáveis, petrolão
(continuação), populismo demagógico e por aí afora.
Hoje, depois que
a Petróleo
Brasileiro S.A. continuou endividando-se, por força de insana ‘política da propina’, o governo
petista logrou empurrar com a barriga todos os escândalos represados, e assim
passar pelas forcas caudinas das eleições do ano passado, em que, apesar de
tudo, conseguiu desfazer-se de Marina Silva (vítima de uma
saraivada de ‘mentiras’, a que não
podia responder, seja porque o TSE
não lhe deu direito de resposta, seja porque não tinha tempo suficiente na
propaganda eleitoral) e, na reta final, de Aécio Neves.
O que se chamou de estelionato eleitoral
funcionaria, mas a credibilidade de D. Dilma e PT & Cia. ficaram na sola do
sapato.
Agora, chamado Joaquim Levy para pôr ordem na Fazenda (que Dilma e acólitos como
Guido Mantega e seu Secretário do Tesouro, Arno Augustin haviam tornado o reino
da inventiva fiscal e da reintrodução de dúbios instrumentos do passado
inflacionário, como a conta movimento, a ficção fiscal, etc.), por vezes ele
esquece que a responsável por quase tudo de ruim é a Presidenta. Assim, quando
carrega nas expressões como ao apostrofar de “grosseiro” o recurso da desoneração fiscal tem que dar o dito por
não dito. O duro é fazê-lo não porque esteja errada a crítica, mas pelo fato de
que a responsável pela mixórdia é a mesma que ora preside no Palácio do
Planalto...
Diz o velho
ditado, que quem planta ventos, colhe tempestades. O Governo Dilma Rousseff –
que já foi rebaixado no Dilma I – corre o risco de repetir a dose das agências
de avaliação de risco. Trata-se na verdade do efeito Petrobrás, irresponsavelmente maltratada com muitos
‘malfeitos’ (para empregar o dílmico linguajar, com lenço na ponta do nariz,
para buscar moderar seja a roubalheira em vários ministérios, seja a gritante
mediocridade – como os trinta e nove ministros do último
gabinete mais uma vez demonstraram).
O Brasil assiste pelos erros do Dilma I mais uma crise cambial, com o
dólar nas alturas (o que tem, entre outros, efeitos inflacionários) hoje batendo
nos R$
3). Por outro lado, Miriam Leitão
nos recorda que a inflação no trimestre deverá ser a pior do ano. A sovada
tentativa de controlar o dragão com preços
administrados está tendo os resultados esperados. Assim, se em 2013 tais
preços ficaram em 1,5%, a mágica
teve o desfecho previsível: vão para 13,5%.
Enquanto a inflação de janeiro a março ficará em quase 4%, a dos preços
administrados atingirá 9,46%, sendo que mais da metade dessa alta
corresponde à energia elétrica.
Quanto à taxa da inflação em 2014 ficará
provavelmente em 7,5% (Luis Roberto Cunha) ou 8% (Alexandre de Azara).
A descrição
por Miriam Leitão da conjuntura
econômica brasileira é de deixar os cabelos em pé. A saber: o país vive ambiente
recessivo, inflação alta, juros subindo, dólar também (está nos R$3,04), rombo
nas contas públicas, conflitos e instabilidade no Congresso, crise na nossa
maior empresa (e a possibilidade de levar, em Wall Streetl a nota da economia para o grau especulativo), um
mega-escândalo sendo investigado que pega importantes lideranças políticas, e a
dita base governamental rebelada contra a Presidenta.
E a
colunista de O Globo tira conclusão
lapidar: “todos os brasileiros podem reclamar da conta de luz, da alta da
inflação, da desordem nas contas públicas, exceto a presidente da República, já
que a confusão foi em grande parte contratada por ela.”
E para os economistas, os
prognósticos são agridoces: a economia terá que piorar antes de melhorar.
( Fontes: O Globo,
Coluna de Miriam Leitão, Folha de S.
Paulo, site de O Globo )
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