sábado, 14 de março de 2015

Diário da Mídia

                                  

Por trinta reais

          Ismael Baldé não fala português. Imigrante da Guiné envergou uma sobrecamisa da CUT, e ganhou R$ 30,00. Fez número e estava lá porque precisa do dinheiro.

         Outros receberam entre R$60  e R$80, pela participação (segundo o Sindipetro NF os valores foram para custear a alimentação).

       

Clima tenso entre Dilma e Lula 

 

          Breve, mas ríspido foi o diálogo entre a Presidenta e Lula da Silva.  O ex-presidente chegou já ‘pilhado’ ao Alvorada. A rispidez da conversa entre criador e criatura surpreendeu os ministros que aguardavam.

         “Esse Pepe Vargas (Relações Institucionais) não serve para nada”, teria dito um exaltado Lula.

          As ‘sugestões’ do ex-presidente não se limitaram a Pepe Vargas. Entrou na dança também Mercadante, que Lula quer afastar das gestões políticas, pela sua alegada falta de traquejo.

          Mesmo com a pressão de Lula, integrantes do governo e do PT não acreditam  que a atuação de Aloizio Mercadante ficará restrita a acompanhar a execução dos programas governamentais e nomear cargos de segundo escalão.

          Resumindo o que pensam, um integrante do governo enfatizou na proximidade da relação política entre Dilma e Mercadante. “Ela confia no Mercadante e isso não vai mudar. E não foi ele quem inventou a candidatura  do Arlindo Chinaglia à Presidência da Câmara. Isso foi coisa do PT inteiro. O Mercadante ficou na dele e colocou o Pepe para se torrar.”

           Lula tem sugerido vários nomes para substituir Pepe Vargas (entre eles, José Múcio e Walfrido dos Mares Guia, do PTB). Também recomendou pesos mais pesados – para eventuais missões políticas – como Jaques Wagner e Ricardo Berzoini.

           Talvez atrapalhe o eventual sucesso das indicações de Lula a circunstância  de que Dilma delas tome conhecimento também pela imprensa...

 

Dilma conversa com o Vice Joe Biden

 

          Parece que a Presidenta está mais flexível em termos de entendimento com a Casa Branca. Ontem de manhã, ela falou com o Vice-Presidente Joe Biden. Na oportunidade, acertaram os detalhes da reunião da própria com o Presidente Barack Obama, na Cúpula das Américas, em abril, na Cidade do Panamá.

            Está  também prevista visita de Estado  de Dilma aos Estados Unidos, em setembro vindouro. Com isso, se retomaria no nível mais alto o diálogo entre os dois países, que sofrera percalços com o adiamento da Visita de Estado programada, por força da espionagem da Agência Nacional de Segurança dos EUA, que respingara inclusive com a Presidenta.

 

Notícias da Ditadura de Maduro (I)

 

         Rodolfo González, a quem o Presidente Nicolás Maduro alcunhara de ‘aviador’,  teve o calvário iniciado a 26 de abril de 2014.  Foi levado pelo Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional) por causa de denúncia anônima, por motivo de incitar a violência em manifestações que deixaram 43 mortos (o governo de Maduro autoriza a polícia a empregar armas letais nos ditos comícios, com as previsíveis consequências).

          Como os detidos políticos não gozam de nenhum privilégio – são tratados como ‘comuns’ – eles estão sujeitos aos piores abusos. Correra a notícia que González seria transferido junto com outros detentos  para Yare, uma das penitenciárias mais violentas e perigosas do sistema carcerário da Venezuela.  

          González foi encontrado enforcado na sua cela. Como ele declarara que preferia morrer a ir para a masmorra de Yare, há compreensíveis dúvidas sobre as circunstâncias de sua morte. No entanto, como os procedimentos na Venezuela, máxime nas suas cadeias evocam lembranças dos presídios no Maranhão e em Porto Alegre, qualquer promessa de apurar a verdade em tais circunstâncias não semelha cousa séria.

 

 Noticias da Ditadura de Maduro (II)

 

         Cresce o bate-boca hemisférico acerca da Venezuela.  Na declaração feita por Maduro acerca da decisão americana de classificar a Venezuela  como “extrema ameaça à segurança nacional” dos Estados Unidos, o presidente venezuelano acabou criando uma crise com o Uruguai.  Maduro atacou o vice-presidente uruguaio, Raul Sendic, acusando-o (sem mencionar-lhe o nome) de “covarde” por dizer que Caracas não tinha provas de que os Estados Unidos tramam um golpe de estado  na Venezuela.

        A intempestiva asserção levou à convocação do embaixador venezuelano em Montevidéu  para dar explicações.

         Na baixaria venezuelana, a chanceler de Maduro chamou de ‘petulante e grossa’ a chefe da diplomacia americana  para o Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson, por seus comentários pedindo “respeito às normas democráticas” na Venezuela.

         Previsivelmente, vão engrossar o coro de Maduro  os presidentes Evo Morales, da Bolívia, e Rafael Correa, do Equador.

         Tudo isso cria razoável expectativa acerca dos possíveis rumos que tomará a “Cúpula das Américas”, a realizar-se no Panamá, em abril. Se os bombeiros não entram em função, o provável é que haja muito jogo para a arquibancada, e pífios resultados.

 

( Fontes:  O Globo, Folha de S. Paulo )

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