Vitória de Netanyahu
Não pressagia bem
para a crise no Oriente Médio a vitória de Benjamin Netanyahu nas eleições
desta semana em Israel.
Depois dos
comentários desencontrados, acerca de aparente empate (stalemate) entre uma renovada esquerda trabalhista e a velha e retrógrada
fórmula da direita de Netanyahu, infelizmente o eleitorado israelense preferiu
o mais do mesmo, ao invés de abertura com os palestinos.
Netanyahu, com
seus truques, pensa ter-se saído melhor. Assim, votar nele significaria que não haverá
estado palestino, sem falar da performance
no Congresso americano, em que é difícil determinar quem sai pior na foto,
se os republicanos, se o Primeiro Ministro afrontando o Presidente Obama com a
sua demagogia anti-Teerã.
No entanto, não
se esqueça o povo israelense que o seu Premier,
aferrando-se a presente injusto, não só fecha a porta do futuro, mas condena
o seu povo e os árabes à estúpida continuação da situação atual, cujo único
propósito é o de tornar-se ainda mais nefária e detestável sobretudo para o
povo palestino.
É essa
cegueira que está na raiz da questão oriental. Enquanto o governo de Israel
tiver por objetivo a defraudação do direito palestino à própria terra – e com
as ocupações dos chamados ‘colonos’
que, na verdade, plantam as sementes da injustiça e do consequente ódio do
lavrador palestino que, com a conivência de todo o aparelho do estado judeu, se
vê privado das próprias terras e dos respectivos meios de subsistência – eis que está assegurada
a eternização da questão palestina. Com isso mais um governo cego e
demagogo se apresta a continuar plantando copiosas sementes de
sangue, assegurando o caráter perene dessa questão médio-oriental, com os seus
avatares de divisão, confrontação e terrorismo.
O ministro da
Educação, Cid Gomes (PROS-CE) pediu demissão ontem, depois de altercação com o
Presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O político cearense caíu vítima de referência aos congressistas em
que haveria ‘de trezentos a quatrocentos achacadores’. A
observação foi feita há três semanas atrás, em evento fechado em Belém.
Ao transpirar
o comentário – que lembra a frase de Lula, nos tempos em que era
congressista, de que havia trezentos picaretas na Câmara – Cid foi convocado
pelos deputados para ‘explicar-se’. O que deveria ter sido
feito na semana passada, foi postergado para ontem, por internação hospitalar do ministro.
Cid Gomes não
engoliu o que dissera, mas chamado às falas por Eduardo Cunha, disse que
prefere “ser acusado por ele de mal-educado do que ser como ele, acusado de
achaque”. Diante disso, Cunha declarou que vai processar Cid Gomes.
Em clima de enfrentamento, Cid
afirmou não concordar com a postura de
quem “mesmo estando no governo, os seus partidos participando do governo, têm
uma postura de oportunismo.” E acrescentou: “partidos de oposição têm o dever de fazer oposição. Partidos de
situação têm o dever de ser situação ou então larguem o osso, saiam do governo.”
Dada a
performance de Cid Gomes, que não recuou e continuou a atacar os ‘achacadores’,
ele seria demitido prontamente pela Presidente. Acrescentando ao desconforto
gerado pelo choque intragovernamental, comunicado pelo Planalto, o Presidente
da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, anunciou pelo microfone a demissão do ministro
que ousara confrontar o PMDB.
Vazamento de avaliação pela Secom dos problemas do governo Dilma
Um documento da Secretaria de Comunicação
(Secom) da Presidência da República vazou. Nesse papel interno, o ministro
Thomas Traumann expõe com todas as letras para o pessoal do governo os
problemas da gestão Dilma.
Sendo para
iniciados e caindo nas mãos da imprensa por vias não esclarecidas, as
verdades aí ditas, aditadas de observações questionáveis, podem ser suficientes
para dar o bilhete azul a esse ministro que se encontra ausente, nos Estados
Unidos.
Como se
sabe, o aludido papel foi divulgado na última terça-feira dezessete pelo
Estadão. Nele, Traumann admite falhas na comunicação do governo e diz que o país
enfrenta um caos político.
Por outro
lado, a aludida análise da Secom aborda estratégias da campanha à reeleição de
Dilma e admite o uso de “robôs” para disseminar conteúdo favorável ao governo
nas redes sociais.
A par
disso, o documento propõe um realinhamento com blogs que defendem Dilma e o governo na internet, e ainda afirma
que o governo precisa “municiar” a “guerrilha virtual”.
A esse
propósito, o Senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) pediu nesta quarta-feira
a exoneração do ministro Thomas Traumann.: “Passa pela sua cabeça que, em um
país civilizado, um órgão da Presidência, comandado por alguém que tem status
de ministro, forneça munição para a guerrilha de soldados de fora do governo,
numa ação coordenada de propaganda política misturada com propaganda? É crime.”
( Fontes: O Globo, O
Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo )
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