Partindo do pressuposto de que a
atual situação e a crise que nos ameaça foram criadas por Lula da Silva, pela
sua irresponsável indicação de candidata despreparada para lidar com o governo
do Brasil, parece oportuno antes de repassar a situação presente e o que se tem
pela frente, indicar os dois erros crassos que conformaram o lançamento pelo
então presidente Lula de sua Chefe de Gabinete, a quem atribuíu (a) capacidade
que ela não possuía no elevado grau com que foi apresentada e (b) presumiu grau
de fidelidade que ela tampouco detinha quando lhe encareceu não pleiteasse a
reeleição, para ceder-lhe o lugar.
Lula da
Silva, como assinalou Ricardo Noblat, foi advertido por personalidade do
Partido dos Trabalhadores quanto ao erro de apreciação que estava cometendo,
inclusive com a indicação por tais pessoas de outros candidatos do PT, com
melhores condições de realizar boas administrações. Terá ficado a impressão de
que Lula optou pela sua pupila, por que pensou disporia de melhores condições
de orientá-la e quando chegasse a hora de que lhe cedesse o posto.
Como já
assinalei neste blog, o erro do
presidente Lula se pode atribuir tanto à húbris,
quanto à ignorância elementar da dinâmica na política da criatura, que
tende muita vez a trair o criador. Terá igualmente presumido que teria ele
força própria para condicionar a sua volta a pleitear o Palácio do Planalto,
mesmo na hipótese de que a sua pupila desejasse valer-se da oportunidade da
reeleição. Por isso, preferira afastar da liça valores petistas decerto mais
preparados para o desafio e com maiores condições de afirmar-se. A seleção,
portanto, da Chefe da Casa Civil foi movida por motivo menor, i.e., o interesse
próprio do fundador do PT.
Partia ele
assim para a eleição do primeiro “poste”,
com que se iria vangloriar. Tal capacidade, no entanto, depõe contra o
proponente ao expor a ductilidade de grande parte do eleitorado nacional.
Surgia, assim, o fenômeno da mulher do
Lula, designativo com que seria conhecida Dilma sobretudo no Nordeste.
Nessa região de maior pobreza, onde a bolsa família é rainha, se delineava
nessa peculiar expressão o interesse de população vinculada e dependente de subsídios públicos. A dependência de uma
indicação de Chefe Político expõe a ínsita fraqueza de uma eleição em que a
indicação do Presidente (como se fora um Coronelão da políticate) faz a maioria
do eleitorado ter presente que o candidato adversário, embora mais experiente na política e com perfil
próprio e bem-sucedido em altos cargos eletivos, deva ser preterido em favor de
incógnita política, como se ela herdasse o carisma de quem a sustenta
politicamente.
Quando o
Brasil puder julgar os candidatos não por indicações de chefes ou coronéis
políticos, mas com base na respectiva proposta e na sua folha corrida, teremos
certeza muito maior de que os comícios apontarão o que é melhor para a nossa
terra, e não o que é mais conveniente para os propósitos do figurão político
que seja, na verdade, o responsável pela indicação. Constitui, sem dúvida,
sinal preocupante e de mau augúrio para a governabilidade de nosso país que
o(a) detentor(a) do mais alto cargo o seja, não por qualidades e curriculum
próprio, mas pelo aval de um magno coronel da política.
(a
continuar)
Nenhum comentário:
Postar um comentário