O que
dizer da primeira página de O Globo de hoje?
Por mais que se procure relativizar, são 49 políticos, a grande maioria
deputados e senadores supostamente corrompidos (classificados na coluna da
corrupção passiva), que serão objeto de inquérito pelo Ministério Público.
E não
estão todos aí, porque a grande maioria da triste galeria pertence aos quadros
do Partido Progressista. E não faltam sequer as máximas autoridades – Renan
Calheiros (PMDB-Al) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do Congresso.
Essa
primeira lista – que mostra as sinalizações do ex-diretor Paulo Roberto Costa e do doleiro Youssef, nas
respectivas delações premiadas – é apenas a primeira página de uma história triste.
A pesada
ironia que marca o regime petista é a assustadora prevalência da corrupção. Que
pelo número, altos postos ocupados e consequente presumida força política mostra a carantonha de forma agressiva, como
quem sabe de todos os podres, e se crê acima das limitações dos pobres mortais.
Ela está
por toda a parte. Não parece mais suposição que Lula e Dilma sabiam do
petrolão.
Depois
do mensalão, as negativas do PT e de Lula ecoam diante de ouvidos que se
enrijeceram, e que não mais têm condições de acreditar nas assertivas rituais
de gente que sabe não mais dizer coisas verossímeis, mas não obstante as
repetem, como as palavras de ordem que pairam sobre generalizado ceticismo.
E
contemplando essa interminável descida de um Congresso que trabalha pouco e,
sem embargo, é muito bem pago, o militante desenganado há de perguntar-se:
Por quê
toda essa roubalheira? Por que essa investida de famélicos, como se esse mundo
fosse acabar, e todas essas excelências semelham carecer de gratificações,
subornos, comissões, propinas, unidas todas pela ilegalidade e a imanente podridão.
Terá
sido o PT e seus grandes gerarcas que depois da caminhada pelo deserto da
oposição chegaram sedentos às aras do poder, e com notável presteza se lançaram
no mefítico pântano da corrupção?
Tudo
parece ter sido tão rápido e envolvente que muitos desses senhores (e senhoras
!) tentem até pretextar um estúpido alheamento.
Mas e
que dizer das somas pagas a sorrelfa, dos recibos frios, de alvos envelopes com o dinheiro sujo e fácil da corrupção?
O que
estamos virando, com toda essa gente ? Serão eles o Brasil verdadeiro? Ainda
podemos descer aos baixios da Nigéria, das pobres repúblicas africanas
devoradas por ditadores como o da Guiné, que subvencionou com o dinheiro
retirado de seu povo miserável o glorioso desfile da Beija-Flor?
Tudo é
possível, meus senhores... Só me pergunto aonde está o Povo Soberano, que
despertou em junho de 2013? Não será
hora de ele voltar, por ruas e praças
desses Brasis que não se pautam por uma riqueza
demasiado fácil e tão suja.
( Fonte: Primeira Página
de O Globo )
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