quinta-feira, 27 de abril de 2017

O Teatro de Dilma nos EUA




         
            Não é difícil  bancar a vítima para platéias no estrangeiro, em especial nos Estados Unidos, em que o desconhecimento da realidade nacional é demasiado grande.
     
           Com todas as restrições que se possam fazer à intercomunicação econômica e política com a nossa vizinha Argentina, não seria fácil imaginar que Dilma ali, junto aos hermanos, pudesse apresentar-se como vítima de um golpe quando do seu impeachment após a tramitação através do Congresso da petição assinada pela tríade encimada pelo petista histórico Hélio Bicudo, que se afastou do Partido dos Trabalhadores uma vez exposta a encenação do chamado Mensalão.

            Contar patranhas e referir-se a supostas conspirações  é fácil para plateias americanas, que tem  conhecimento bastante fragmentário, nebuloso e incompleto da realidade brasileira. Como assinala Míriam Leitão no seu artigo "Desastre em três dimensões":as investigações vão derrubando a tese de que ela nada fez de errado que justificasse o que aconteceu em seu governo. (...) Na recente viagem  que fez aos Estados Unidos, a ex-presidente garantiu ao público estadunidense que não cometeu crime algum e que por isso seu impeachment foi tão violento quanto sua prisão na ditadura.

             Diante dessa cara de pau - o que é prevalecer-se dessa lacuna do conhecimento alheio - é preciso repassar o que realmente ocorreu com a nossa economia. A mentira terá sua serventia para quem deseja apresentar-se como uma pobre vítima de um golpe façanhudo.  Por isso, nesse contexto, seja até mesmo por respeito ao observador estrangeiro, semelha, no contexto,  de toda importância
elencar os fatos, e afastando as névoas da fabulação, expor realmente o que aconteceu, e não esse exercício ficcional, que leva a articulista a dizer com palavras cruas o que realmente é a história do desastre reificado pela interesseira escolha de Lula da Silva, que, sem pensar no interesse do Brasil, só cogitou do dele próprio, quando afastou da consideração qualquer  nome que pudesse fazer-lhe sombra no futuro.  E nesse ponto, é mister reconhecer que o nosso torneiro-mecânico elevado à presidência, cujas maravilhas seriam posteriormente desconstruídas, pensando defender os respectivos interesses, tornaria impossível a sua volta anos mais tarde. É certo que o desastre petista ocultava muitos mal-feitos como mensalão e petrolão, que levariam de roldão na opinião pública qualquer fantasia sobre eventuais retornos.

               Mas voltemos ao que nos tem a dizer sobre a desastrosa performance de Dilma Rousseff.
"Foi criminoso mentir sobre as estatísticas fiscais, foi criminoso usar os bancos públicos como caixas paralelos. Ela errou na gestão e nas decisões de política econômica. Como resultado, provocou a recessão, o aumento do desemprego, a queda da renda, o descontrole das contas".

             Para desfazer as patranhas espalhadas cinicamente por Dilma Rousseff em universidades americanas basta explicitar, como Míriam Leitão: "Quando assumiu o Governo, o país tinha um superávit primário de 3%, quando saíu, deixou um déficit primário de 3%. Isso é a pior deterioração que as contas do governo tiveram  desde o começo da era do real.  A dinâmica iniciada por ela, de contas ladeira abaixo, continuou produzindo estragos e é difícil de ser revertida."

              E a articulista aponta a causa : " Na origem do descontrole está  o crime contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. Quem repete que não foi crime tem que forçosamente propor a revogação da lei que em 2000 coroou  um longo processo de estabilização da economia." Revogada a LRF, haveria deterioração  mais profunda e rápida da economia, e a inflação voltaria a subir.

              "Ela distribuíu favores  a empresas e setores econômicos com uma abusiva concessão de vantagens. (...) Não se pode esquecer a dimensão do crime econômico e fiscal cometido em seu governo, porque foi ele que desorganizou a economia e provocou a maior destruição de emprego desde a era Collor."

                Há atos condenáveis da ex-presidente também no meio ambiente e na área energética. E neste ponto  tudo se mistura. Belo Monte é crime ambiental e contra os direitos indígenas. Foi também central  de propina.  Na energia, são igualmente indefensáveis as decisões da Presidenta.

              O que é preciso ficar claro são
  as três dimensões do desastre provocado por Dilma Rousseff :

I  - Houve erros de gestão e de política econômica e isso custou caro ao país. 
II - Houve crime contra a ordem fiscal e orçamentária e isso a tirou do governo.
III - E agora se investigam no TSE as suspeitas que pesam sobre as suas campanhas políticas e 
        a propósito  de atos de seu Governo.

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