O presidente Tabaré Vásquez, do Uruguai,
aceitou avaliar o pedido de asilo político feito pelo ex-presidente peruano
Alan García, acusado de corrupção envolvendo a empresa Odebrecht.
Alan García buscou refúgio no
sábado, na residência do embaixador
uruguaio em Lima, poucas horas depois de haver sido impedido pela Justiça de
abandonar o país.
Inquirido pela imprensa, o chanceler
uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, disse que o governo uruguaio aceitaria processar o
pedido em apreço, mas não esclareceu se o asilo em tela será concedido.
Ainda a respeito, o gabinete de Tabaré
Vásquez divulgou nota pela qual declara que "espera informações sobre o
caso prometidas pelo governo peruano, antes de tomar uma decisão."
Mais tarde, o presidente do Peru,
Martin Vizcarra, conversou na noite de domingo com Vásquez. Vizcarra argumentou
que indícios no processo levaram a Procuradoria a impedir García de deixar o
país.Vizcarra pediu a Vásquez que pondere os detalhes do caso, mas prometeu
respeitar a decisão uruguaia.
Fontes do Ministério Público acreditam
que, caso seja autorizado a deixar o país, García poderia repetir o que fez em
1992, quando se refugiou na Colômbia e depois na França até que as acusações
sobre a corrupção em seu primeiro governo (1985-1990) prescrevessem. Ele
retornou ao Peru em 2001 e se elegeu quatro anos depois.
Por sua vez, o ex-Presidente Alan
Garcia declarou: "Tudo isso é cortina de fumaça para distrair o país da
falta de emprego, alta dos preços e estagnação econômica".
Em termos de direito de asilo, prática
tão comum em nosso Continente, não é praxe que o Estado que concede o asilo
venha a fundamentar sua decisão em consulta com o Estado que ameaça de prisão a
autoridade eventualmente incriminada. Se tal fosse a prática, essa concessão
especial, tão característica da América Latina, se tornaria praticamente
inviável...
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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