O plano de Theresa May
fica cada vez mais difícil de entender,
pois agora para pressionar o Parlamento a aceitar o 'seu Brexit', a
Primeiro Ministra fala por primeira vez sobre a possibilidade de ficar no
bloco.
Assim, de acordo com a líder
inglesa, se houver rejeição ao projeto, os britânicos poderiam permanecer na
União Europeia. Essa fala de May é interpretada como uma forma de pressionar
os parlamentares contrários à sua
proposta. Não deixou, no entanto, de ser
registrado que foi essa a primeira vez em que falou da possibilidade do Reino
Unido permanecer no bloco europeu.
O acordo apresentado pela líder
levantou forte oposição entre os
legisladores, sobretudo aqueles do Brexit duro, em que se prevê ruptura total
com Bruxelas.
As variações induzidas sobre o
significado do dito Brexit - se radical ou se condicional, são decerto
elaboradas para criar possibilidades de um acordo no Parlamento, que, na
verdade, seriam quase tentativas de criar fatos consumados.
Depois do interrogatório, May
atravessou a Mancha para reunir-se com o presidente da Comissão da U.E., Jean Claude Juncker. Contudo, o encontro não
logrou êxito. Há ainda prazo para um novo encontro com Juncker, antes de submeter
o acordo à aprovação do Parlamento.
Nenhum dos dois lados têm
espaço de manobra, e May precisa mostrar que nada deixou sobre a mesa para
ratificar o acordo. A Primeiro-Ministra sofre pressões dos aliados da Irlanda
do Norte e mesmo da Espanha, por uma questão relativa a Gibraltar. Há muita
confusão sobre a mesa - até a da pequena Irlanda do Norte e uma difusa oposição
à proposta da May.
No entender de Amber Rudd,
secretário do Trabalho, a Câmara dos Comuns não bloqueará o acordo. Há
inclusive a possibilidade de um novo referendo,
para que o Brexit falhe. Houve inclusive tentativa de um golpe através
de voto secreto contra a May, mas os rebeldes, sob a liderança do parlamentar
Jacob Ress-Mogg nada conseguiram.
Se o plano da May
sobreviver, o dito Brexit prevê transição de 21 meses para a separação, em que
Reino Unido e UE desejam manter relações comerciais próximas, incluindo união
aduaneira na Irlanda do Norte.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário