sábado, 24 de novembro de 2018

Adiada cirurgia de Bolsonaro


                               

       A cirurgia para retirada da bolsa de colostomia do presidente-eleito, Jair Bolsonaro, de início prevista para dezembro próximo, foi adiada para depois da posse no Palácio do Planalto.
       O presidente-eleito passou ontem por exames no Hospital israelita Albert Einstein. A estimativa inicial dos médicos era que a operação pudesse ser feita já a partir de doze de dezembro, mas o procedimento teve de ser adiado por causa de problemas detectados nos testes realizados ontem, dia 23 de novembro.
        Segundo informa o boletim médico "os exames de imagem mostram inflamação do peritônio e processo de aderência entre as alças intestinais".  Esse fenômeno ocorre quando tecidos grudam uns nos outros, podendo levar à obstrução do fluxo intestinal.
          Por causa das condições citadas, a equipe médica anunciou que, em reunião multiprofissional, decidira "postergar a realização da reconstrução do trânsito intestinal".
           De acordo com a equipe médica que acompanha Bolsonaro, formada pelo cirurgião Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo, pelo clínico e cardiologista Leandro Echenique e pelo diretor-superintendente do hospital, Miguel Cendoroglo, o presidente eleito "será reavaliado em janeiro para a definição do momento ideal da cirurgia".
           O boletim informou ainda que apesar dos problemas detectados,   o paciente "encontra-se bem clinicamente e mantém ótima evolução".
             É de notar-se que Bolsonaro carrega a bolsa de colostomia desde o dia 6 de setembro, quando foi esfaqueado num ato de campanha eleitoral, na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. O ataque causou lesões no intestino delgado e grosso, além de danificar uma veia da região.
               Foi por causa das lesões no intestino grosso que Bolsonaro teve que passar por uma colostomia, procedimento no qual parte do órgão é exteriorizado  por meio de uma abertura feita na parede abdominal, para que as fezes passem a ser coletadas em bolsa acoplada ao corpo do paciente.  O principal objetivo da colostomia foi isolar as áreas lesionadas da passagem de fezes, diminuindo assim o risco de infecções no local.
                É de notar-se que a cirurgia  para a retirada da bolsa será a terceira à qual o presidente-eleito se submete, desde o atentado em Juiz de Fora.
                 O próximo procedimento cirúrgico, embora mais simples do que os dois anteriores, vai levar a um corte abdominal de 25 a 30 centimetros, e demandar uma internação de pelo menos sete dias, segundo informação médica.
                  Tais precauções se explicam porque em casos como esses, o abdomen precisa ser reaberto para que as duas alças do intestino cortadas sejam recosturadas. Além disso, a internação costuma ser de uma semana para que a reintrodução alimentar seja feita aos poucos, até que o funcionamento do intestino se normalize e o paciente possa ter alta.
                   O cuidado também é necessário porque, assim como em qualquer outra operação, a cirurgia de reversão da colostomia não está isenta de riscos. Os mais comuns em procedimentos feitos no sistema digestivo são infecções, fístulas ou obstruções intestinais.
                     E depois da alta, os médicos ainda recomendam mais uma semana de repouso em casa. Nesse contexto, Bolsonaro estaria apto a normalizar a sua atuação como presidente cerca de duas semanas após a realização da operação cirúrgica.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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