Mais cedo de o que
seria esperado, reponta o nome da delegada Erika Marena - que coordenou a Lava-Jato em sua origem - e que foi
pinçada pelo juiz Sérgio Moro, para assumir o Departamento de Recuperação de
Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), órgão dito estratégico para
investigações internacionais e interação com outros países, máxime para
desvendar esquemas de lavagem de
dinheiro.
Mas será que esse nome não levanta
acaso outros questionamentos? Pois a delegada Érika foi partícipe na lamentável
Operação Ouvidos Moucos, aquela que
prendeu o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz
Cancellier, um homem honesto que foi brutalmente prejulgado e submetido
a ritual próprio para delinquentes nos ofensivos requintes de uma prisão
indevida e injusta, a tal ponto que este homem honrado, tão logo liberado pelo
clamor universitário, se jogaria do sétimo andar de um shopping para a morte.
O juiz Moro deveria repensar
melhor as suas palavras e a sua indicação. Não basta dizer que "o que houve em Florianópolis foi
uma tragédia, e que a família tem toda a solidariedade." Solidariedade de
quem? Dizer que foi um
"infortúnio" na investigação e que a delegada não tem
responsabilidade quanto a isso, não cai bem. Porque tais tragédias não
acontecem por acaso. A responsabilidade do agente público não desaparece com o emprego de
palavras que parecem considerar tudo o que ocorreu com Cancellier como se fora um acidente, um infortúnio.
Não é a voz
passiva e a falta de sujeitos que podem apagar a total falta de consideração
com a personalidade e a imagem de Cancellier, um homem honesto que não merecia
ser tratado como um réprobo. A voz passiva não vai trazer de volta a
Cancellier.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
eri
Nenhum comentário:
Postar um comentário