quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Erika Marena: a tragédia do Reitor Cancellier


                       

         Mais cedo de o que seria esperado, reponta o nome da delegada Erika Marena - que coordenou a Lava-Jato em sua origem - e que foi pinçada pelo juiz Sérgio Moro, para assumir o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), órgão dito estratégico para investigações internacionais e interação com outros países, máxime para desvendar esquemas de lavagem  de dinheiro.

           Mas será que esse nome não levanta acaso outros questionamentos? Pois a delegada Érika foi partícipe na lamentável Operação Ouvidos Moucos, aquela que prendeu o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Cancellier, um homem honesto que foi brutalmente prejulgado e submetido a ritual próprio para delinquentes nos ofensivos requintes de uma prisão indevida e injusta, a tal ponto que este homem honrado, tão logo liberado pelo clamor universitário, se jogaria do sétimo andar de um shopping para a morte.

             O juiz Moro deveria repensar melhor as suas palavras e a sua indicação. Não basta dizer  que "o que houve em Florianópolis foi uma tragédia, e que a família tem toda a solidariedade." Solidariedade de quem?  Dizer que foi um "infortúnio" na investigação e que a delegada não tem responsabilidade quanto a isso, não cai bem. Porque tais tragédias não acontecem por acaso. A responsabilidade do agente  público não desaparece com o emprego de palavras que parecem considerar tudo o que ocorreu com Cancellier como se fora um acidente, um infortúnio.
              
             Não é a voz passiva e a falta de sujeitos que podem apagar a total falta de consideração com a personalidade e a imagem de Cancellier, um homem honesto que não merecia ser tratado como um réprobo. A voz passiva não vai trazer de volta a Cancellier.  

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

















eri

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