O general Hamilton Mourão,
vice-presidente eleito, recomenda cautela com China, Mercosul e Israel.
As opiniões do general Mourão, se
comparadas com as de Bolsonaro e as de
Paulo Guedes, se afiguram mais comedidas.
Com efeito, além da questão
chinesa, Mourão defende que o Brasil mantenha diálogo com o Mercosul, antes de
"derrubar" o acordo.
Além das relações internacionais,
o general diz acreditar ser necessário cautela para tratar da mudança da
embaixada brasileira em Israel para
Jerusalém, pois pode transferir a "questão do terrorismo
internacional" para o Brasil.
Sempre na mesma linha da
ponderação, Mourão afirmou que a privatização da área de refino da Petrobrás
exigiria estudos mais aprofundados. Assinale-se que o futuro presidente da
estatal, Roberto Castello Branco, mostra-se favorável à redução da presença da
estatal nesse segmento.
Foi igualmente refutada a
hipótese de o Brasil passar a viver sob a tutela de militares. "O país entrou em tal rota de falta de
ética, de corrupção e má gestão, que a população se voltou para as Forças
Armadas, que se mantiveram calmas em suas funções."
Como se viu no caso da escolha
do Ministro da Educação, cautela e ponderação devem vir juntas com a
autoridade. As palavras do Vice mostram
conhecimento de questões que semelham desconhecidas pelo presidente-eleito.
O maior contato com os
conhecedores dos antecedentes - em outras palavras, os diferentes maços e
arquivos governamentais - deveria ser utilizado, antes da emissão de opiniões
apressadas e que não se confundem com a política dos diversos órgãos
governamentais até o presente. Ao que
parece, aliás, o Presidente-eleito deveria conversar mais com o seu Vice, o
general Mourão.
(
Fonte: Folha de S. Paulo )
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