O registro é do jornal O Estado de S. Paulo. Parece-me importante anotá-lo, sobretudo pela
circunstância de que, na adversidade a administração carcerária no Brasil
reconhece ao ex-presidente Lula que lhe seja concedida a atenção e o respeito
que um presidente da república faz por merecer.
Vem-me à memória
atenções que soberanos no passado receberam, ao disporem de visitas de
dignitários , ainda que detidos em palácios, por graves erros passados, como
v.g. no Palácio de Praga a Carlos X de França (este perdera o status de soberano pela sua tentativa de
golpe absolutista em 1830, pelas suas famosas ordenações, e a consequente
revolução de 1830, que lhe forçou o exílio até a morte em 1836 em palácio de
Praga, acolhido por Ferdinando I, imperador da Áustria). Esse mesmo castelo foi
o da chamada defenestração de Praga (1618), um dos eventos que precederam a
chamada guerra dos trinta anos (1618-1648).
É de notar-se que as visitas de
Fernando Haddad a Lula foram 21, em um total de 400 horas, e ocorreram entre 17
de maio e 8 de outubro, um dia depois da votação do 1º turno. Segundo se
refere, o período de maior movimentação na cela do ex-presidente foram os dias
que antecederam e sucederam à cassação de sua candidatura pelo TSE. Haddad
visitou Lula nos dias 27 e 30 de agosto. Na semana seguinte, a cela, com 15 m2,
ficou pequena para a maior reunião realizada por Lula, com dez advogados no dia
3 de setembro. Assinale-se que na véspera e no dia do registro, onze de
setembro, Haddad e Lula tiveram quatro encontros que duraram, ao todo, cerca de
dez horas.
Haddad fez 21 visitas entre 17
de maio e oito de outubro, um dia depois da votação em primeiro turno. Foram
cerca de 400 horas de conversa, segundo os registros da PF. Já no dia nove, a
presidente do PT, Gleisi Hoffmann, anunciou que Lula teria mandado um
recado:"Manda o Haddad fazer campanha, não precisa vir mais aqui". E
assim foi feito.
Entre as inúmeras visitas que
recebeu, nos seis meses de prisão, 54 sociais, incluindo a ex-pres. Dilma (2),
Jaques Wagner (3), e de celebridades como Chico Buarque, Martinho da Vila e o
ator americano Denny Glover. Recebeu
também visitas religiosas(17): o mais assíduo foi o pai de santo Caetano de
Oxóssi, com três visitas.
Conforme assinala o Estado de S. Paulo, em seis meses, o
petista recebeu 572 visitas na sede da Polícia Federal.
(
Fontes: Petit Larousse Illustré, 1952, Encyclopaedia Britannica, 1973, O
Estado de S. Paulo )
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