domingo, 18 de novembro de 2018

As Visitas ao Presidente Preso


                   

          O registro é do jornal O Estado de S. Paulo.  Parece-me importante anotá-lo, sobretudo pela circunstância de que, na adversidade a administração carcerária no Brasil reconhece ao ex-presidente Lula que lhe seja concedida a atenção e o respeito que um presidente da república faz por merecer.
           Vem-me à memória atenções que soberanos no passado receberam, ao disporem de visitas de dignitários , ainda que detidos em palácios, por graves erros passados, como v.g. no Palácio de Praga a Carlos X de França (este perdera o status de soberano pela sua tentativa de golpe absolutista em 1830, pelas suas famosas ordenações, e a consequente revolução de 1830, que lhe forçou o exílio até a morte em 1836 em palácio de Praga, acolhido por Ferdinando I, imperador da Áustria). Esse mesmo castelo foi o da chamada defenestração de Praga (1618), um dos eventos que precederam a chamada guerra dos trinta anos (1618-1648).
            É de notar-se que as visitas de Fernando Haddad a Lula foram 21, em um total de 400 horas, e ocorreram entre 17 de maio e 8 de outubro, um dia depois da votação do 1º turno. Segundo se refere, o período de maior movimentação na cela do ex-presidente foram os dias que antecederam e sucederam à cassação de sua candidatura pelo TSE. Haddad visitou Lula nos dias 27 e 30 de agosto. Na semana seguinte, a cela, com 15 m2, ficou pequena para a maior reunião realizada por Lula, com dez advogados no dia 3 de setembro. Assinale-se que na véspera e no dia do registro, onze de setembro, Haddad e Lula tiveram quatro encontros que duraram, ao todo, cerca de dez horas.
               Haddad fez 21 visitas entre 17 de maio e oito de outubro, um dia depois da votação em primeiro turno. Foram cerca de 400 horas de conversa, segundo os registros da PF. Já no dia nove, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, anunciou que Lula teria mandado um recado:"Manda o Haddad fazer campanha, não precisa vir mais aqui". E assim foi feito.
                Entre as inúmeras visitas que recebeu, nos seis meses de prisão, 54 sociais, incluindo a ex-pres. Dilma (2), Jaques Wagner (3), e de celebridades como Chico Buarque, Martinho da Vila e o ator americano Denny Glover.   Recebeu também visitas religiosas(17): o mais assíduo foi o pai de santo Caetano de Oxóssi, com três visitas.
                Conforme assinala o Estado de S. Paulo, em seis meses, o petista recebeu 572 visitas na sede da Polícia Federal.

( Fontes: Petit Larousse Illustré, 1952, Encyclopaedia Britannica, 1973, O Estado de S. Paulo )

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